Humorista muda de nome para Hugo Boss em acção de protesto

Joe Lycett já não é conhecido como Joe Lycett. A partir de agora, o humorista britânico apresenta-se ao mundo como Hugo Boss, tal como a marca de moda. Trata-se de uma acção de protesto, justificada pelo comediante com o facto de a Hugo Boss estar a notificar judicialmente um conjunto de pequenos negócios e associações solidárias que utilizem a palavra “BOSS” ou semelhante.

Numa publicação partilhada no Twitter, Joe Lycett explica que, com um resultado líquido de aproximadamente 2,7 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros), a Hugo Boss está a exigir a estas organizações que deixem de utilizar parte do seu nome. Como consequência, estes negócios e instituições de solidariedade estarão a ver-se obrigados a gastar milhares em questões legais e nos processos de rebranding das respectivas marcas.

«É óbvio que a Hugo Boss odeia que as pessoas usem o seu nome. Infelizmente para eles, a partir desta semana, eu mudei legalmente o meu nome em notário e sou, agora, oficialmente conhecido como Hugo Boss», escreveu ainda Joe Lycett no Twitter.

Em declarações à CNBC, a marca de moda garante não ter problemas com a mudança de nome do humorista. «Damos as boas-vindas ao comediante anteriormente conhecido como Joe Lycett enquanto membro da família Hugo Boss», refere porta-voz. O mesmo responsável sublinhou que a marca registada da Hugo Boss está classificada como “muito conhecida” em vez de apenas “regular”. Nesse sentido, a sua protecção vai para lá da própria categoria.

A mesma publicação dá conta de um caso em particular: a cervejeira Boss Brewing submeteu um pedido de candidatura de marca registada no ano passado, mas acabou numa batalha legal que ascendeu às 10 mil libras (cerca de 11,5 mil euros). No fim, aceitou mudar o nome de duas das suas cervejas – a Boss Black passou a Boss Brewing Black e a Boss Boss passou a Boss Bossy.

Sobre este caso, o porta-voz da Hugo Boss refere que abordou a cervejeira de modo a prevenir futuros mal-entendidos. «Gostaríamos de clarificar que não nos opomos à livre utilização da linguagem e que aceitamos o termo genérico “boss” e as suas variadas e frequentes utilizações em diferentes línguas», afirma.

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