Guião para o lançamento de uma estratégia de e-commerce
Muitas são as questões críticas que se colocam quando uma empresa decide planear a sua estratégia de e-Commerce. Para garantir que o projecto permaneça dentro do orçamento, é crucial analisar o trade~-off entre os recursos disponíveis, os objectivos e as funcionalidades que se requerem do website, nível de personalização e o cronograma de desenvolvimento, entre outras questões. Vejamos algumas das questões fundamentais que podem funcionar como um guião neste processo:
- Alinhamento Estratégico: é fundamental delinear claramente o objectivo pretendido do site para garantir que está alinhado com os objectivos estratégicos mais amplos da empresa. Esse alinhamento ajuda a criar uma abordagem coesa e focada. O site servirá principalmente como uma ferramenta promocional, uma plataforma de vendas ou um meio de atingir clientes novos? De que forma é isso coerente com o objectivo geral da empresa? Visa sobretudo trabalhar a fidelização de clientes existentes? De que forma? Podemos estar perante um interesse específico em aumentar o reconhecimento da marca ou promover o engagement, questões que se prendem com a questão seguinte.
- Engagement do público-alvo: devemos tentar entender se o site está a atender as necessidades e preferências do público-alvo. Qual é o interesse do meu mercado-alvo? Trata-se de clientes nunca antes servidos pela marca? Ou de clientes já existentes a quem queremos aprimorar a experiência? Devemos concentrar-nos na promoção da marca, impulsionar as vendas ou apenas fornecer conteúdo informativo que possa envolver os utilizadores de forma eficaz e melhorar sua experiência de pesquisa? Será que deve envolver a integração de vários canais, como redes sociais, para aprimorar a experiência dos clientes que se pretendem atingir? Queremos uma experiência de loja de site personalizada, adaptada às preferências individuais que possam promover a fidelidade a longo prazo? Para empresas focadas em reter e encantar clientes existentes, o planeamento do site deve incluir estratégias de customização, oportunidades de vendas cruzadas e uma experiência de pesquisa requintada.
- Requisitos de funcionalidade: Se o objectivo principal é servir como uma plataforma de vendas, devem ser asseguradas funcionalidades como informações de stock em tempo real, opções de configuração de produtos, pedidos seguros, e métodos de pagamento convenientes. Por outro lado, se o foco for fornecer conteúdo informativo, recursos como descrições detalhadas de produtos, descrições técnicas e outras mais emocionais, o uso de recursos visuais envolventes, etc. podem ter o protagonismo. Quais são os meus requisitos principais?
- Experiência do utilizador: definir os objectivos principais ajuda a projetar uma experiência centrada no utilizador. Ao entender a finalidade pretendida do site, pode-se criar uma jornada do utilizador desejada, garantindo-se assim que o site seja intuitivo, fácil de navegar e optimizado para atender às necessidades, sejam elas para comprar, obter informações ou interagir com a marca. Qual é a experiência do utilizador que eu desejo fornecer?
- Alocação de recursos: funções e recursos diferentes exigem níveis distintos de investimento em termos de tempo, orçamento e experiência. Se conseguirmos priorizar os objectivos-chave, podemos dar prioridade aos que contribuem directamente para o seu atingimento. Será que o meu orçamento está alinhado com meus objectivos?
Mas há questões técnicas adicionais que podem ser relevantes neste processo:
- Redireccionamento e Distribuição: O site redireccionará os utilizadores para outros canais, como lojas físicas ou plataformas online adicionais? Ou será uma plataforma de distribuição de produtos (eventualmente via impressão 3D) ou serviços?
- Articulação com Mobile Commerce: Dada a proliferação de dispositivos móveis, o site poderá ter de ser integrado com os recursos m-commerce. Queremos que os utilizadores acedam e interajam com o site por meio de seus dispositivos móveis preferidos?
- Envolvimento e Interactividade: Envolver os utilizadores é crucial para o planeamento do website. O site deve incorporar recursos interactivos para cativar, incentivar a participação e estabelecer um senso de conexão entre os utilizadores e a marca. De que forma o pretendemos fazer?
- Recolha e integração de dados: os sites podem servir como ferramentas valiosas de coleta de dados, auxiliando na geração de leads e facilitando o fluxo de informações para o sistema de informações de marketing. A colecta e integração de dados são cruciais para a estratégia do site? Como o garantir?
- Abordagem Multicanal e Omnicanal: Dependendo do modelo de negócio e objectivos, pode ser relevante considerar se o site deve suportar uma abordagem multicanal, envolvendo integração com várias plataformas, ou se é necessária uma estratégia omnicanal para garantir uma experiência de cliente contínua e coesa em todos os canais.
- Opções alternativas de hosting: O site deve ser self-hosted, garantindo maior controle e flexibilidade? Ou devemos usar um pacote hosting com algumas opções de personalização mais adequadas às nossas necessidades?
- Solução com interface ou integrada: aqui, a decisão entre uma abordagem com interface ou integrada depende do nível desejado de sincronização com o sistema de planeamento de recursos empresariais (ERP) da organização. Os dados serão sincronizados periodicamente? Ou a loja do site deve ser integrada directamente com o sistema ERP para actualizações de dados em tempo real?
- Qual solução implementar: aberta, fechada ou híbrida? É necessário avaliar a segurança e a flexibilidade necessárias para o site. Devemos optar por uma solução disponível aberta, que pode ser mais susceptível a ciber-ataques? Ou uma solução fechada, que depende muito da infraestrutura do fornecedor e exige uma consideração mais cuidada? Como alternativa, pode considerar-se uma solução híbrida que equilibre segurança e flexibilidade.
A fase de planeamento do e-Commerce exige uma consideração cuidadosa. Aligeirar algumas das questões acima pode dar origem a um investimento em que o barato sai caro, ou em que o caro não redunda na criação de valor para a empresa e pode mesmo afundar o negócio…