Grandes cadeias como a Inditex, Mango, H&M, Primark ou Shein já detêm 65% de participação no setor têxtil
A concentração no sector têxtil continua a crescer, com as grandes cadeias especializadas (Inditex, Mango, Tendam, Primark e H&M, entre outras) a representarem 40,7% do mercado, um aumento de 7 pontos percentuais face aos últimos 10 anos.
A percentagem é ainda maior quando incluímos o comércio online que, somados os 22,8% no final de 2023 aos 40,7% acima referidos, se traduz em 65% do setor têxtil, segundo os últimos dados da Kantar, recolhidos pela Associação Nacional das Grandes Empresas de Distribuição (Anged).
Focando no comércio online, este tem registado um crescimento impressionante – de 9,5% em 2019 para 22,8% atualmente – impulsionado por grandes marcas digitais como Shein, Amazon, Miravia e Aliexpress.
“Os distribuidores de lojas físicas mantêm a maior parte da quota conquistada na pandemia (60%) e captam mais vendas de moda online do que os pure players”, ou seja, marcas que só estão presentes no comércio online, garante a Anged.
Espanha destaca-se na Europa com uma quota de 22,8% no comércio online de moda, ultrapassando França (21,1%) e Itália (16,7%), mas ainda atrás do Reino Unido (41,6%) e Alemanha (38,9%).
O online continua a ser a principal aposta de crescimento, com 92,3% das marcas a preverem aumentos de vendas nos próximos meses. Este crescimento reforça a tendência de um só canal do setor.
Segundo estes dados, quem sai prejudicado deste crescimento são os pequenos negócios, que passaram de de ter mais de 40% do mercado em 2008 para permanecerem com 32,4% há dez anos. Agora somam apenas 20,2%. participação.
Da mesma forma, há também uma queda acentuada tanto nas cadeias de hipermercados e supermercados que vendem vestuário, como Carrefour ou Lidl, ou nos grandes armazéns –El Corte Inglés–, que reduziram a sua quota de 12,8% antes da pandemia para apenas 9,5%, a menor taxa da série histórica.