“Freelancer do Dia CCP by Marketeer”: Cláudia Salgueiro

É difícil sobressair por entre dezenas de curriculos. A partir de certa altura, os nomes confundem-se e aquele que poderia ser o par perfeito para um projecto na calha acaba por fugir. Partindo do directório lançado pelo Clube Criativos Portugal (CCP), a Marketeer propõe conhecer melhor alguns dos talentos freelancers nas áreas da criatividade e comunicação.

Cláudia Salgueiro (ilustradora) é a mais recente protagonista da rubrica “Freelancer do Dia CCP by Marketeer”, que apresentará, duas vezes por semana, exemplos de quem decidiu aventurar-se por conta própria.

Qual é o trabalho de que mais te orgulhas?

É difícil escolher o trabalho de que mais me orgulho. Orgulho-me de vários em termos e campos diferentes. Em 2019, criei uma ilustração para a “Where the Leaves Fall”, uma revista independente que explora a nossa relação com o mundo natural, preocupando-se com o impacto ambiental da própria impressão. Desde o aproveitamento máximo do tamanho do papel à própria produção, feita pela Seacourt, uma gráfica no Reino Unido alimentada 100% por energia renovável. Foi a minha primeira ilustração editorial para revista e orgulho-me tanto do resultado final como da própria publicação.

Interessa-me bastante este tipo de projectos. Este ano, tive a oportunidade de colaborar com várias revistas independentes, como a Popshot Quartely ou a Oh Magazine. Ver o trabalho impresso neste tipo de publicações deixa-me sempre contente.

Para além disso, todos as ilustrações que vão sendo seleccionadas para prémios e mostras, como o Encontro de S. João
da Madeira, a Festa da Ilustração de Setúbal ou a Uivo na Maia, são sempre motivo de orgulho.

Qual é o projecto que queres fazer a seguir?

Para além de ilustradora, sou designer e gosto muito de projectos que me permitem aliar e explorar ambas as áreas. Ultimamente tenho-me focado em projectos ligados à natureza ou à viagem com uma componente sustentável. Tenho muitas ideias de projectos pessoais na gaveta à espera de um pequeno empurrão e estou também sempre aberta a novas propostas que me desafiem e permitam crescer criativamente.

Porque é que te devem contratar?

Sou licenciada em Design e terminei com um mestrado em Projectos Editoriais na Faculdade de Belas-Artes do Porto. Este percurso permite-me abordar a ilustração com conhecimento e cuidado extra sobre todo o processo desde a sua fase inicial, podendo ajudar e aconselhar sobre a melhor estratégia de integração seja a nível digital ou analógico.

A ilustração ajuda a visualizar ideias complexas e a resolver problemas. .Quando incorporamos ilustrações no produto adicionamos-lhes valor, criamos uma narrativa e elevamos a marca. Quando queremos destacar-nos da concorrência, a ilustração será sempre uma boa aliada e neste sentido consigo dar apoio em todo o desenvolvimento do projecto desde a estratégia à arte final.

Como vês a situação actual que vivemos?

Vivemos numa situação peculiar que, para bem e para o mal, nos permite parar para pensar no que fizemos, no que queríamos ter feito e no que queremos fazer no futuro. Tenho pensando bastante no meu próprio percurso e reflectido sobre este tipo de questões a nível pessoal e profissional.

Tenho a sorte de ter alguns projectos a decorrer e muitas ilustrações que acabaram por sair durante estes meses. Espero que todos retomemos com energia para fazer coisas novas e com a coragem de fazer aquilo que nos arrependemos de não ter feito. Que muitas oportunidades surjam para este novo amanhã.

Desde quando és freelancer e porquê essa decisão?

Desde a faculdade que vou tendo pequenos projectos freelance. Contudo, só há cerca de dois anos deixei o estúdio onde trabalhava para me dedicar 100% a estas propostas. Este historial permitiu-me questionar o que aconteceria se me dedicasse totalmente ao freelance e resolvi arriscar, conjugando a prática de designer à ilustração.

Quais as vantagens e desvantagens de ser freelancer?

Tem sido uma grande viagem, repleta de desafios que me têm feito crescer bastante a vários níveis. A prática independente gera responsabilidades diferentes e isso dá aso a novas experiências. Muitas exposições têm acontecido a partir do momento em que me tornei freelance. Penso que, por um ladom gera-se um empurrão para concretizar mais projectos pessoais. Contudo, por vezes é mais difícil estabelecer novos contactos e encontrar novas colaborações, daí a importância de iniciativas como a do CCP.

 

 

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