FNAC: democratizar a cultura através de eventos gratuitos
Quando foi criado, em 2012, o FNAC Live – na altura com outra designação – tinha entrada paga. Entretanto, não só mudou de nome como também viu o conceito evoluir e os bilhetes a chegarem ao fim: com o passar dos anos, o evento foi acompanhando o posicionamento da FNAC no sentido de democratizar a cultura, transformando-se num espectáculo onde o talento nacional (novo e consolidado) é estrela, sem ser preciso pagar para assistir aos concertos.
Inês Condeço, directora de Comunicação da FNAC, conta à Marketeer como foi desenhado este percurso e o que podem os portugueses esperar da próxima edição, marcada já para sábado, dia 14, no Capitólio (Lisboa).
O conceito do FNAC Live tem mudado ao longo dos anos. O que ditou estas mudanças?
O FNAC Live nasceu em 2012 como Festival Novos Talentos FNAC associado ao nosso projecto bandeira com o mesmo nome, que já acontecia desde 2007. Veio complementar a edição do CD com uma actuação ao vivo dos artistas que se apresentavam na compilação de cada ano. Sempre aconteceu no centro de Lisboa, mas inicialmente tinha um valor simbólico associado. O bilhete diário era 4€. Assumia-se como um festival urbano com o objectivo de promover a nossa cultura e a música nacional.
Com o passar dos anos, e aliado à nossa política de democratização da cultura, deixámos de cobrar entrada, tornando o festival gratuito e acessível a todos e temos apostado na sua qualidade e dimensão.
Assim, em 2019, o FNAC Live assume-se como um festival urbano, de entrada gratuita, que mantém o objectivo de promover a nossa cultura e a música nacional.
O FNAC Live pode funcionar como rampa de lançamento para novos artistas?
O objectivo dos Novos Talentos FNAC sempre foi precisamente esse e, ao fim de 12 anos, sentimos que tem funcionado. O projecto nasceu porque sempre acreditámos no potencial das novas gerações e das paixões que as movem. Sentimos que é esse o nosso papel, continuar a dar-lhes palco para que cheguem mais longe.
O panorama musical português alterou-se muito nos últimos anos. Hoje em dia, com as plataformas digitais é muito mais fácil promover e difundir novos projectos, mas pisar o palco e enfrentar o público continua a ser necessário. E a FNAC permite esse primeiro contacto.
O que podem os portugueses esperar da edição deste ano? Quais são os destaques?
A edição deste ano é praticamente uma viagem. É muito rica e eclética a nível musical. O cartaz passa pelo Pop, Rock, Indie, Afrobeat, Funk e até Disco. São 10 concertos gratuitos que convidam o público a fazer uma viagem musical que começa às 15h com a RUSSA, vencedora dos Novos Talentos FNAC 19, e segue com outros novos talentos que prometem dar que falar nos próximos tempos. Termina com o alinhamento especial de 10 anos de carreira dos Orelha Negra. No meio, apresentam-se várias bandas que se têm destacado este ano com projectos inovadores como Glockenwise, Best Youth, Cassete Pirata ou Tape Junk. Para além da música, teremos artistas plásticos a criar ao vivo, duas zonas lounge e uma zona de streetfood que permite que os portugueses aproveitem este dia do princípio ao fim na melhor companhia.
De que forma eventos como este ajudam a democratizar a cultura?
O acesso gratuito à cultura é a melhor forma de a democratizar. Este evento acaba por ser uma extensão daquilo que a FNAC faz durante o ano inteiro nos seus fóruns. A maior parte das pessoas não tem essa percepção, mas temos anualmente mais de 7.000 eventos gratuitos nas nossas lojas. Neste evento em particular, estamos a oferecer aos portugueses a oportunidade única de verem num só dia, ao vivo e sem pagar, 10 concertos inéditos.
Qual tem sido o retorno desta aposta para a marca?
O retorno deste tipo de acções vê-se na notoriedade da marca. Não só na percepção dos nossos clientes mas também na relação que mantemos com artistas, agentes, editoras e labels. Acreditamos que é uma relação win-win e isso é muito reconfortante. Sentimos que estamos no caminho certo e uma prova disso é que a aposta e o investimento têm sido crescentes e contínuos ao longo dos últimos anos.
Texto de Filipa Almeida