Fadiga e falta de interesse fazem cair consumo de notícias ‘online’. Queda mais acentuada entre jovens dos 18 aos 24 anos

A fadiga, a falta de interesse e a falta de representatividade das notícias são alguns do motivos que explicam o declínio geral no consumo de notícias ‘online’, segundo o relatório da Universidade de Oxford e da Reuters Institute.

De acordo com o relatório, “houve um declínio no interesse entre todos os grupos ao longo do tempo”, mas a queda mais acentuada centra-se nos jovens com idades entre os 18 e 24 anos.

Nesta faixa etária, entre 2015 e 2024, o interesse pelas notícias entre os jovens licenciados passou dos 71% em 2015 para os 56% em 2024, sendo que entre os jovens não licenciados as percentagens passaram de 63% em 2015 para 44% em 2024.

Apesar da maior falta de interesse pelas notícias ter sido identificada entre os mais jovens, as restantes faixas etárias também registaram quedas.

Na faixa etária entre os 25 e 34 anos, a percentagem passou de 63% em 2015 para 39% em 2024; entre os 35 e 44 anos, passou dos 65% para 43%; entre 45 e 54 anos, passou de 69% para 48%; e nas pessoas com mais de 55 anos passou de 74% para 56%.

Neste sentido, a diminuição do interesse pelas notícias ‘online’ pode ser justificada, segundo o estudo, pelo facto de as notícias serem dominadas por “desgraças e tristeza”, sendo esta uma das principais razões para evitar a informação, em conjunto com uma sensação de fadiga e sobrecarga.

Além disso, “as pessoas estão fartas de notícias políticas, em particular”, sentindo-se “sobrecarregadas e bombardeadas pela quantidade da cobertura, grande parte negativa”.

Neste sentido, esta tendência pode ser justificada pela falta de confiança nas notícias, pelo facto de o seu consumo exigir muito esforço, nomeadamente em notícias consideradas de interpretação “difícil, chato, tedioso e trivial”.

O relatório destaca também a falta de interesse genuíno para o consumo de notícias, bem como o stress do dia-a-dia, fazendo com que muitas pessoas “não tenham tempo ou energia para consumir notícias porque estão sobrecarregadas, cansadas e têm coisas mais importantes para fazer”.

O estudo alerta ainda para a necessidade de reverter esta tendência, o que é possível através de uma restruturação dos media e na sociedade em geral, para que as notícias sejam vistas como um bem social.