Eventos pedem intervenção do poder local. Sector está “em coma profundo”
A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) enviou uma carta aberta aos presentes de 308 municípios portugueses a pedir a intervenção do poder local na recuperação do sector, descrito como estando “ligado às máquinas em coma profundo”. Segundo a associação, as autarquias são um dos principais motores da cultura e dos eventos, por isso devem agora contribuir para o seu regresso.
A carta tem como objectivo apelar ao envolvimento das câmaras e à sua ajuda na procura de soluções que garantam a sobrevivência das empresas ligadas aos sectores da cultura e dos eventos.
“A despesa das Câmara Municipais em actividades culturais e criativas, em 2018, foi de 469,8 milhões de euros, portanto não é difícil concluir que as autarquias são os motores principais destas actividades em Portugal. Não deveria este valor ser encarado como um investimento?”, questiona a APSTE.
A associação propõe a criação de um fundo de apoio local destinado especificamente a empresas e iniciativas desta natureza, por um lado, e a redução temporária de impostos municipais para as empresas com CAE ligado a estes sectores, por outro. Defende ainda o reforço da parcela do orçamento municipal dedicado à cultura e aos eventos, definindo desde já a agenda/programação para o pós-pandemia.
“É importante não esquecer que o desaparecimento das empresas em causa poderá inviabilizar que, no futuro, os municípios tenham prestadores de serviços para realizarem as actividades culturais que sempre dignificaram cada região”, alerta a associação.