Eu sei que sou uma marca. E você?

Por Ana Gonçalves, fundadora da Academia Negócios de Saúde

Todos somos uma marca. Mais forte ou mais fraca, mais ou menos conhecida. Com melhores ou piores opções estratégicas. Mas é difícil que não o sejamos, ainda para mais num mundo onde as redes sociais têm um papel tão central e nos fazem estar numa “montra” pessoal e profissional. Mesmo não estar nas redes sociais é, em si, um posicionamento. Tendo essa consciência, cada um pode começar a trabalhar na sua marca pessoal. E gostava que mo tivessem dito para que o começasse a fazer bem mais cedo. Provavelmente, ainda na Universidade.

Um profissional de saúde deve criar e desenvolver a sua marca pessoal e deve começar a fazê-lo desde cedo. Não quer dizer que a estratégia não vá sofrendo alterações. Num mundo de constantes surpresas e mudanças, o normal é que qualquer estratégia de comunicação se altere quando confrontada com uma realidade da qual não se está à espera, conforme se viu na pandemia.

A criação e consolidação de uma marca pessoal forte é uma vantagem na hora de aceitar um novo desafio. Um profissional recém-formado terá como factor distintivo, essa marca pessoal trabalhada. Um profissional em busca de um novo desafio fará com que uma marca pessoal estabelecida, e provavelmente já com clientes fiéis, aumente o poder negocial junto da nova entidade patronal, que também verá vantagem de recompensar quem já fez esse trabalho de construção de notoriedade, nomeadamente digital.

O consumidor-cliente-doente de hoje também é mais exigente do que nunca e tem acesso a mais informação do que nunca, além de ter ao dispor um sem-número de clínicas e profissionais. Na hora de pesar a sua escolha, a marca pessoal tem grande importância. É normal que consulte a página web da clínica, mas o foco está nas pessoas. O doente quererá ver a cara de quem o vai tratar e de preferência saber mais. Qual o seu percurso? Que experiências teve? E, até, o que faz nos tempos livres (esta não é, nem tem que ser para todos, mas com limites ajuda a criar uma sensação de proximidade que faz com que o cliente pense que conhece o profissional de saúde mesmo antes da primeira seleção).

O início do processo passa pela tomada de consciência de todos como marca pessoal. Depois há que escolher um posicionamento que traduza o que cada profissional é e o que pode dar ao seu doente. Sempre com honestidade e transparência.

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