Estudo revela que um milhão de portugueses segue uma dieta sobretudo vegetal

O número de portugueses que segue uma dieta sobretudo vegetal já supera um milhão – este é o resultado do estudo “The Green Revolution”, levado a cabo pela consultora espanhola Lantern.

A análise do mercado português, com base em mais de mil entrevistas feitas à população adulta nacional, revela um crescimento sustentado das novas dietas alimentares. Na primeira edição do estudo, lançada em 2019, a Lantern concluiu que quase 9% da população portuguesa era veggie – conceito que abrange vegans, vegetarianos e flexitarianos. Desde então, esse valor aumentou quase 3%.

Em 2021, perto de 12% dos portugueses opta por uma dieta de base vegetal, com 250 mil novos veggies registados nos últimos dois anos. Dentro da comunidade veggie, cerca de 800 mil pessoas (9,3%) consideram-se flexitarianas (dieta alimentar menos rígida que permite o consumo de carne e peixe de forma ocasional).

Quanto aos vegans (que excluem por completo qualquer produto de origem animal) e vegetarianos (que não incluem carne nem peixe na sua alimentação, mas aceitam os seus derivados), a soma destas duas classes alimentares cresceu 57% em relação a 2019. Há um total de 180 mil vegetarianos e 40 mil vegans em Portugal.

«O crescimento dos veggies é uma tendência clara, mas ainda não está a ser sustentada pelos dados de consumo. Ainda não se verificou uma queda significativa nas vendas da carne vermelha», diz, em comunicado, David Lacasa, partner da Lantern. «Se analisarmos os dados do INE sobre a evolução, desde 2010, do consumo humano de carne vermelha, vemos como, desde 2013, o volume total de toneladas tem crescido 7%, mas ainda está 3% abaixo dos dados de 2010. De 2019 a 2020, o consumo caiu 5%, até às 662 toneladas, dados muito relacionados com o impacto da pandemia no consumo fora de casa», acrescenta.

Relativamente às motivações dos consumidores, estas mantêm-se inalteradas desde 2019: a saúde é a motivação mais citada pelos flexitarianos, com 68% a mencioná-la este ano, em comparação com 73% em 2019. Segue-se a preocupação com os animais que, entre os flexitarianos, é o segundo motivo mais importante para optar por uma dieta veggie, embora tenha descido 4% em dois anos, dos 34% em 2019 para 30% em 2021. Para os vegetarianos e vegans, é também a segunda razão para adoptar este tipo de dieta, com 69%.

Por fim, a sustentabilidade é outra das motivações que continua a ser relevante, entre os flexitarianos, para adoptar uma dieta veggie, mas que desceu de forma relevante nesta edição – menos 18 pontos percentuais. A preocupação com o ambiente representa agora 29% nas motivações dos flexitarianos para mudar a sua dieta, o que compara com 2019, quando foi de 47%.

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