Este é considerado o pior carro da história. Conheça a história do seu fracasso

A década de 1950 foi uma era de ouro para a indústria automóvel nos Estados Unidos da América. Com a General Motors, a Chrysler e a Ford a liderarem o sector, surgiram alguns dos modelos mais icónicos da história. Contudo, nem todo o sucesso garantiu boas decisões, como provou o lançamento do Ford Edsel em 1957, muitas vezes considerado o pior carro da história, salienta o El Economista.

Apesar do crescimento da Ford na época, a empresa enfrentava dificuldades internas. Henry Ford, o lendário fundador, já se tinha retirado, deixando a empresa nas mãos do seu filho, Edsel Ford. No entanto, a tragédia atingiu a família quando Edsel morreu precocemente em 1943, deixando um vazio de liderança. Foi então que Henry Ford II, neto do fundador, assumiu o comando da empresa.

Rodeado por um grupo de jovens veteranos da Segunda Guerra Mundial, conhecidos como os Whiz Kids, Ford II planeou criar um novo modelo que conquistasse a classe média americana. A ideia era simples: oferecer um carro moderno, poderoso e acessível para o público. Mas o projecto, conhecido como Ford Edsel, tornou-se um desastre.

Com um investimento de 250 milhões de dólares e cinco fábricas dedicadas ao modelo, a Ford lançou uma campanha de marketing massiva. No entanto, quando o Edsel foi finalmente revelado ao público a 4 de Setembro de 1957, o entusiasmo rapidamente se transformou em desilusão.

O design do carro foi amplamente criticado, com uma grelha frontal estranha que afastou muitos compradores. Além disso, o Edsel estava recheado de defeitos mecânicos, desde problemas na transmissão até falhas nas portas e na direcção. Mesmo as inovações, como a transmissão automática accionada pelo volante, não funcionaram conforme o esperado.

O preço elevado, que variava entre 2.500 e 3.800 dólares, aliado ao alto consumo de combustível, agravou ainda mais a situação. Embora a Ford esperasse vender milhares de unidades por dia, a realidade foi muito diferente. Nos dois anos seguintes, a empresa vendeu apenas 116.000 unidades, longe das expectativas. Por cada carro vendido, a Ford perdeu cerca de 3.000 dólares.

Em 1959, a Ford encerrou a produção do Edsel, depois de perder 350 milhões de dólares, o equivalente a 3 mil milhões de dólares nos dias de hoje. O Edsel entrou para a história como um dos maiores fracassos empresariais de sempre.

Hoje, restam apenas cerca de 6.000 modelos Edsel no mundo, alguns deles valorizados entre coleccionadores, não pelo seu desempenho, mas pela história e lições que este carro continua a oferecer ao mundo empresarial.