Está na hora de acabar com a pobreza menstrual: do Reino Unido a Portugal

Uma em cada 10 mulheres não consegue pagar pelos produtos de higiene necessários para a fase do período. O número é apresentado numa campanha contra a pobreza menstrual e diz respeito ao Reino Unido, onde a empresa social Hey Girls está a oferecer uma embalagem de pensos higiénicos a mulheres que precisam por cada unidade comprada nos supermercados.

Segundo a Hey Girls, a pobreza menstrual está a piorar devido à Covid-19 e as estatísticas não mentem: de uma em cada 10 está a passar para uma em cada três mulheres. Para alertar para o problema, foi criada uma campanha sob o mote #SeeingRed que tem como propósito deixar o espectador desconfortável e com raiva. Raiva suficiente para agir e apoiar o projecto de responsabilidade social da Hey Girls.

Na Irlanda, o Lidl também alertou para o problema recentemente, tendo anunciado no passado mês de Abril que irá oferecer pensos e tampões a todas as pessoas que precisarem. Na altura, afirmava ser o primeiro grande retalhista em todo o Mundo a desenvolver um projecto como este.

Por cá, na última semana surgiu uma iniciativa contra a pobreza menstrual promovida pela actriz Isabel Abreu. Chama-se “Todas Merecermos” e conta também com a participação de outros nomes conhecidos do público como Joana Seixas e Catarina Furtado, através da Associação Corações com Coroa.

De acordo com a descrição na página de Instagram, trata-se de um projecto solidário e activista que quer contribuir para que a menstruação deixe de ser uma desvantagem para quem a tem. Para já, apela à subscrição de uma carta aberta dirigida ao Presidente da República, primeiro-ministro e outras entidades oficiais através da qual é pedido que se tomem medidas práticas para acabar com a pobreza associada à menstruação.

“Menstruar não é uma escolha e não existe protecção social para as necessidades menstruais”, começa por indicar a carta. Logo depois, começam as contas: quem menstrua gasta, em média, nove euros e meio por mês para adquirir recolectores menstruais, sejam pensos, tampões ou até cuecas reutilizáveis, entre outras opções. Ao longo da vida, são cerca de cinco mil euros.

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