Está aborrecido? Olhar para o telemóvel não é a solução

É compreensível que se encare o telemóvel como a solução mais imediata para pôr fim ao aborrecimento que pode, por vezes, surgir durante a quarentena. No entanto, um estudo elaborado por investigadores holandeses revela que não é esta a resposta para o problema. Passar mais tempo em frente a este pequeno ecrã poderá até ter o efeito oposto.

De acordo com o estudo, assente numa experiência, as pessoas tendem a recorrer mais ao telemóvel para uma pausa de lazer quando se sentem mais cansadas ou aborrecidas. No entanto, no final, não apresentam melhorias como seria de esperar.

“Surpreendentemente, os pariticipantes reportaram mais cansaço e aborrecimento depois de usarem os seus smartphones”, indicam os autores (Jonas DoraMadelon van HooffSabine GeurtsMichiel KompierErik Bijleveld).

De acordo com um resumo do estudo publicado no blog da British Psychological Society Research Digest, as pausas para usar o telemóvel foram extremamente frequentes: nos 20 minutos que se seguiram a cada questionário, os participantes estiveram com o telemóvel nas mãos durante 52% do tempo, numa média de 90 segundos de cada vez.

Mas por que razão ficamos mais cansados e aborrecidos quando não era isso que pretendíamos? Os investigadores holandeses apontam dois possíveis motivos. O primeiro dirige-se especificamente a pessoas que fazem estas pausas durante o horário de trabalho: passar do trabalho para o telemóvel e de novo para o trabalho várias vezes pode resultar num cansaço mental superior, em vez de ser estimulante. O segundo potencial motivo está relacionado com a ideia de que visitar as redes sociais, por exemplo, poderá funcionar apenas como um lembrete de todas as actividades divertidas e interessantes que não estamos a fazer.

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