Empresas devem esperar aumento de custos com a saúde dos colaboradores em 2022

No próximo ano, as empresas portuguesas deverão deparar-se com um aumento de 4% (em termos brutos) dos custos relacionados com planos de saúde, de acordo com o Global Medical Trend Rates Report da Aon.

De acordo com a empresa especializada em serviços nas áreas de risco, reforma, saúde e pessoas, esta subida é superior ao aumento de 1,2% previsto para a inflação em Portugal. «O intervalo entre as duas métricas encontra-se agora nos 2,8%, uma percentagem 1,2% superior em comparação com o período homólogo», nota a Aon.

Segundo o mesmo estudo, ainda que os dois últimos anos tenham ficado marcados por uma redução da utilização dos planos de saúde pelos colaboradores, devido à pandemia de Covid-19 e aos consecutivos confinamentos, existem diversos factores que vão impactar a subida dos custos com a saúde para as empresas no próximo ano.

«São estes o envelhecimento da população, o declínio geral da saúde – em parte resultado da ausência de diagnóstico e de acompanhamento para algumas situações clínicas consideradas “não urgentes” nos últimos dois anos –, estilos de vida pouco saudáveis – associados ao sedentarismo, stress e maus hábitos de nutrição – e o aumento da prevalência de doenças crónicas, factores aos quais se junta agora uma outra realidade: o impacto a longo prazo que o adiamento das idas ao médico durante a pandemia terá nesta tendência de crescimento de custos», sublinha a empresa.

O 2022 Global Medical Trend Rates Report revela ainda que os portugueses utilizam os planos de saúde empresariais sobretudo para o tratamento de doenças cardiovasculares, cancerígenas, diabetes, musculoesqueléticas associadas a problemas de costas e pressão arterial elevada ou hipertensão. Já a hospitalização, serviços clínicos de laboratório e de análises clínicas e estomatologia estão entre os serviços mais procurados.

Saúde mental passa para o top

O estudo da Aon destaca ainda uma alteração face aos anos anteriores: a doença mental passou a integrar o top 5 das patologias com maior impacto nos planos de saúde empresariais, em quase metade (48%) dos países europeus analisados. Isto «pode ser visto como uma condição claramente agravada pela pandemia e pela forma como obrigou a uma adaptação forçada nos estilos de vida e de bem-estar, quer pelas horas de trabalho excessivas, pela dificuldade de separação do ambiente profissional e pessoal, pelo medo, ansiedade e incerteza gerados pelo contexto a que todos fomos expostos, ou até a situações mais extremas de solidão e vícios/dependências que se agravaram», frisa Rita Silva, senior associate em HR Solutions da Aon Portugal.

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