Empresas de moda que já estão a adoptar a IA poderão ter aumento de 118% no cash flow

A indústria da moda prepara-se para levar a cabo uma grande aceleração tecnológica, com as empresas a aumentarem os seus investimentos em tecnologia de 1,6% a 1,8% das vendas em 2021, para entre 3% e 3,5%, até 2030.

As previsões são do relatório “The State of Fashion: Technology”, da McKinsey, e mostram que actualmente são poucas as marcas que abraçam com sucesso a tecnologia, embora aquelas que o façam possam vir a ter grandes impactos positivos.

Em concreto, empresas que já estão a incorporar tecnologias de inteligência artificial (IA) nos seus negócios para aumentar a eficiência operacional e melhorar o envolvimento dos clientes poderão obter um aumento potencial cumulativo de 118% no cash flow até 2030. Para aquelas que estão apenas a iniciar esta jornada, a implementação de iniciativas impulsionadas pela IA até 2030 poderá gerar um aumento de 13% no cash flow.

O relatório identifica ainda cinco temas-chave que as empresas de todos os segmentos de valor precisam de considerar à medida que nivelam as suas estratégias tecnológicas:

  1. Verificação da Realidade “Metaverso”: Bens virtuais e realidade alargada

Embora as despesas em bens virtuais estejam a aumentar de ano para ano, o sucesso de toda a indústria no metaverso ainda depende largamente da rapidez com que será aceite a uma escala mais vasta. De acordo com as estimativas, as marcas poderiam gerar até 5% das receitas nos próximos dois a cinco anos a partir de oportunidades relacionadas com o metaverso.

  1. Hiper Personalização: Marketing e e-Commerce liderado por IA

A competição pela atenção do cliente está a intensificar-se e os custos de conversão estão a aumentar entre novas restrições de privacidade e limites à recolha de dados de terceiros. Porém, as marcas têm acesso a um arsenal crescente de ferramentas e tecnologias de personalização para actualizar a forma como personalizam as suas relações com os clientes. A oportunidade para os executivos está, agora, em aproveitar o Big Data e a IA para proporcionar experiências individuais que construam uma lealdade a longo prazo.

  1. Lojas conectadas: Experiência do cliente na loja com aplicações móveis e micro-fulfillment

O crescimento do comércio electrónico forçou os intervenientes da indústria da moda a repensar o papel das lojas físicas. Mas, apesar da aceleração dos hábitos de compras digitais, a investigação mostra que os clientes ainda querem comprar nas lojas para poderem procurar e tocar nos produtos físicos antes de fazer compras. O relatório revela também como os executivos da moda podem abordar os problemas dos consumidores ao utilizarem aplicações móveis na loja e, assim, melhorar a experiência e as tecnologias de micro-fulfillment para alavancar as suas redes de retalho físico para a era do quick commerce.

  1. Actualização end-to-end: Integração da cadeia de valor alimentada pela IA

As ferramentas digitais e a análise transformaram partes chave da cadeia de valor da moda, mas estas optimizações decorrem, muitas vezes, em silos dentro das organizações, limitando o potencial de melhorias interfuncionais. Actualmente, muitos profissionais de moda estão a procurar embarcar na integração, de ponta a ponta, da cadeia de valor para criar formas mais eficientes e mais rentáveis de operar. O machine learning e a computação em cloud estão entre as principais tecnologias que permitem às marcas alcançar esse objectivo.

  1. Rastreio em primeiro: Tecnologia de rastreio da cadeia de abastecimento e blockchain

As marcas estão, no geral, mal preparadas para monitorizar e gerir as práticas sociais e ambientais nas suas cadeias de abastecimento. Para que as marcas de moda possam atingir objectivos de sustentabilidade, que vão desde a obtenção de melhores materiais até à melhoria da conformidade regulamentar e à redução de emissões, terão de estabelecer uma linha de visão completa sobre a forma como os seus produtos são fabricados. O relatório analisa como os sistemas de rastreabilidade alimentados por um software de rastreio e por Big Data podem ajudar as marcas de moda a chegar longe nas suas cadeias de abastecimento.

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