El Corte Inglés: Desperdício zero, compromisso total
A estratégia de sustentabilidade e responsabilidade social do El Corte Inglés passa por respeitar o compromisso com os consumidores, de forma a responder diariamente às suas necessidades e expectativas. De acordo com Vasco Marques Pinto, do departamento de Comunicação e Relações Institucionais, responsável da área de RSC, só assim será possível «impulsionar a produção e o consumo sustentáveis em todo o ciclo de vida dos produtos e serviços», desde o seu desenho à reciclagem final, com foco na economia circular.
«Terminámos o último exercício com mais de 122 mil referências com atributos sustentáveis, sendo que esta selecção de produtos se estende às marcas próprias e às externas. O nosso Plano de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa 2021-2025 tem como objectivo aumentar a oferta sustentável em 5% ano», acrescenta o responsável.
No que diz respeito à sustentabilidade, destaque para a certificação de Resíduo Zero, atribuído pela AENOR ao El Corte Inglés. Esta certificação exige que mais de 90% dos resíduos que resultam da actividade da cadeia de grandes armazéns sejam valorizados, «apresente evidências da rastreabilidade desde a sua produção nas instalações até à sua valorização final, garantindo que não é enviado para um destino final de eliminação», como, por exemplo, os aterros. Além disso, também exige que os colaboradores da empresa tenham formação e sensibilização no âmbito do sistema Resíduo Zero. «Defendemos a correcta separação de resíduos, providenciamos informação sobre onde e como separar, além de alertarmos para a importância de o fazer face ao destino final de cada fluxo de resíduo», explica o profissional.
ECONOMIA CIRCULAR, METAS E RESULTADOS
Questionado sobre os resultados alcançados pelo El Corte Inglés com a política de Resíduo Zero, o executivo defende que são visíveis através da criação de «infra-estruturas, parcerias e da respectiva formação dos colaboradores», nomeadamente em matérias que atestam a importância para a correcta separação de resíduos na origem. O El Corte Inglés Grandes Armazéns (ECIGA) conta, actualmente, com oito centros e duas plataformas logísticas com a Certificação Resíduo Zero, atribuída em 2022, em que foram valorizados cerca de 99% dos resíduos produzidos.
O Resíduo Zero é um dos projectos que têm vindo a ser desenvolvidos pelo El Corte Inglés. Além desta, existem outras iniciativas, como “É Uma Cerveja” ou “É Um Sorvete” – ambas realizadas em parceria com a Associação Crescer –, em que parte das receitas reverte a favor da instituição. São projectos em que os excedentes alimentares dos supermercados da marca são utilizados no processo de produção do produto final. A título de exemplo, Vasco Marques Pinto explica que o excesso de pão é utilizado no processo de fermentação da cerveja no projecto “É Uma Cerveja”. De igual forma, também é aproveitada a fruta madura, nomeadamente o abacaxi e a banana, para a iniciativa “É Um Sorvete”.
No que diz respeito à neutralidade carbónica, o El Corte Inglés é uma das empresas subscritoras do roteiro para a descarbonização do sector da distribuição, apresentado pela Associação de Empresas de Distribuição (APED). E no âmbito deste roteiro, as metas passam por reduzir as emissões de gases de efeito de estufa nas próprias operações e, sempre que possível, ao longo da cadeia de valor. «Temos como objectivo promover os processos de economia circular, assegurando a máxima utilização de recursos e proteger a biodiversidade dos ecossistemas, paisagens e ambientes, em que desenvolvemos as nossas actividades», assegura.
Já sobre o desperdício alimentar, o El Corte Inglés e o Supercor têm um projecto há muitos anos, em que diariamente são recolhidos os excedentes alimentares das áreas de restauração e supermercados. Em 2022, por exemplo, «foram doados mais de dois milhões de euros em alimentos, o que corresponde a mais de 70 toneladas de alimentos e 160 mil refeições».
MEDIDAS DE APOIO À COMUNIDADE
«A responsabilidade social corporativa está no ADN do Grupo El Corte Inglés», começa por referir Vasco Marques Pinto, antes de falar nas parcerias estabelecidas para iniciativas de apoio à comunidade. Ao longo dos anos, explica, têm sido criados vários projectos de cariz social, cultural e desportivo, que promovem nas lojas de Lisboa e Gaia-Porto o conhecimento e a discussão de temas mais importantes para uma sociedade plural e desenvolvida.
«Orgulhamo-nos muito do caminho feito, e das relações de parceria que desenvolvemos com instituições como a Associação Crescer. Mas também com a Cruz Vermelha Portuguesa, através das campanhas “Partilha e Recicla”, “Shop For Goodness” ou das campanhas “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”, desenvolvidas com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, sem esquecer o Banco Alimentar Contra a Fome ou a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima», sublinha.
Em relação à forma como a empresa motiva os colaboradores para iniciativas de apoio à comunidade, o responsável defende que o «envolvimento e compromisso são o motor para estabelecer uma relação de confiança com o cliente». E acrescenta que «o esforço, a dedicação e profissionalismo das equipas são a chave para a evolução e a concretização dos projectos, independentemente do seu âmbito». Segundo Vasco Marques Pinto, os colaboradores são envolvidos não só nas acções de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade, mas também em iniciativas de Diversidade, Igualdade e Direitos Humanos. «O retorno é imensurável, mas visível na energia que os colaboradores emprestam quando envolvidos nas acções de responsabilidade social», realça.
Quanto à medição dos resultados das acções de responsabilidade social, o responsável afirma que «existem campanhas de solidariedade que resultam na atribuição de contribuições financeiras, que permitem medir directamente os resultados». Em função dos resultados anteriores, «é possível perceber o sucesso das acções e o impacto causado nos beneficiários».
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 329) da Marketeer.