E depois da pandemia? Menos restaurantes, mais produção local e um Natal diferente

O COVID-19 veio mudar a forma como os portugueses se comportam e deverá ter efeitos para lá da pandemia. Um estudo realizado pela agência de publicidade BBZ revela que 22% dos inquiridos pretende alterar a sua lista de compras e 23% tenciona mudar os locais onde habitualmente faz essas mesmas compras.

Além disso 42% quer ir menos vezes a lojas ou supermercados para encher a despensa, passando a dar mais atenção aos mercados: mais de metade refere que irá preferir a produção local de agora em diante. No mesmo sentido, as lojas de proximidade ganham novo fôlego, especialmente junto das mulheres, com 71% a privilegiar este tipo de estabelecimentos. Por outro lado, 56% dos homens mostra-se mais inclinado para as lojas online.

Ainda sobre as diferenças entre homens e mulheres, o estudo mostra que as consumidoras demonstram mais dúvidas sobre o futuro e que são, por isso, mais cautelosas e moderadas. O público masculino, por seu turno, tem a expectativa de que tudo voltará rapidamente ao normal.

Quanto aos produtos escolhidos, o mesmo estudo – realizado com base nas respostas de 840 pessoas após o estado de emergência ter sido decretado – revela que o hábito de cozinhar em casa e que as preocupações com a saúde estão a influenciar o carrinho de compras. Adeus, refeições pré-cozinhadas (-66%); olá, frutas e legumes (+86%). À semelhança do que outras análise já têm vindo a mostrar, os produtos de limpeza também estão entre as categorias com maior crescimento na intenção de compra (+31%).

Mais teletrabalho, menos restaurantes

O Governo anunciou esta semana que o teletrabalho deverá continuar até ao final de Maio para todos os casos em que isso seja possível. O estudo da BBZ mostra que, até agora, houve mais homens do que mulheres em teletrabalho e que 26% dos homens prefere esta modalidade, revelando interesse em continuar a trabalhar a partir de casa se lhe for dada essa escolha.

Segundo a BBZ, esta preferência pelo teletrabalho a longo prazo poderá ter implicações directas na restauração: 51% dos inquiridos afirma que irá reduzir a ida aos restaurantes, 78% vai fazer mais refeições em casa e 69% diz que não vai encomendar refeições online.

Natal diferente

Apontando ao final do ano, 73% das mulheres mostra-se menos optimista em relação à época natalícia. No geral, 52% dos portugueses afirma que sairá da crise sanitária em pior situação financeira versus 8% que acredita que a mesma irá melhorar.

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