Dos cacifos aos produtos sustentáveis. Como mudam os hábitos de compra dos portugueses
O “Barómetro e-Shopper 2021”, da DPD, mostra que o comércio electrónico e a sustentabilidade estão a dominar as mudanças dos hábitos de compra dos portugueses. Verifica-se que os cacifos (ou lockers) surgem pela primeira vez como opção para entrega de encomendas, representando já 3% das preferências dos compradores online (e-shoppers).
Também as lojas de proximidade ganham terreno, correspondendo a 10% das preferências para levantamento de encomendas. Ainda assim, as grandes rainhas são mesmo as entregas ao domicílio (84%), as entregas no local de trabalho (30%) e nas lojas dos retalhistas (12%).
Quanto à sustentabilidade, a DPD conclui que os consumidores online estão mais atentos ao tema: 82% considera que as marcas devem ser ambientalmente responsáveis e 70% prioriza websites, retalhistas ou apps com opções de entrega amigas do ambiente, por exemplo. No entanto, somente 50% compra, de facto, produtos amigos do ambiente. Alem disso, apenas 43% mostra disponibilidade para pagar mais por produtos e serviços ecológicos.
As entregas serão um dos aspectos a ter em consideração quando se fala de sustentabilidade, já que 65% dos e-shoppers regulares considera que escolher alternativas amigas do ambiente é importante aquando de uma compra online. A maioria (58%) aponta também as entregas através de veículos de emissões reduzidas como uma preferência.
Além da sustentabilidade, outros dos factores mais destacados pelos e-shoppers regulares no momento de compra online são: a poupança de tempo (86%), a poupança de dinheiro (69%) e o stress (66%).
O mesmo barómetro – que se apresenta como a maior e mais completa análise da DPD sobre e-commerce em Portugal, tendo como base de comparação a média europeia – revela ainda que, no geral, o número de e-shoppers regulares cresceu 11% nos últimos dois anos – em grande parte devido à pandemia. Actualmente, 46% do total de consumidores online realiza compras via e-commerce com regularidade, isto é, pelo menos uma vez por mês. Segundo a DPD, este crescimento do número de e-shoppers regulares verifica-se, sobretudo, na faixa etária entre os 30 e os 39 anos, com rendimentos mais elevados (+15% face a 2019) e em ambos os géneros (49% deste grupo é constituído por indivíduos do sexo feminino e 40% do sexo masculino).
Por categorias, “Frescos & Bebidas” foi aquela que mais cresceu entre 2019 e 2021: mais 16%. Adicionalmente, 35% dos e-shoppers portugueses regulares compra online produtos desta categoria. Mercearia (+10%) e Calçado (+8%) surgem logo depois no top em termos de crescimento.
Porém, produtos de Moda continuam a ser o tipo de bens mais comprados online (61% do total), seguidos pelos produtos de Beleza/Saúde (51%) e Livros (46%).
Exigência aumenta
«Com base nos dados recolhidos pelo nosso barómetro, conseguimos perceber que os e-shoppers cada vez mais valorizam um serviço personalizado, imediato, prático e facilitado, que não comprometa a eficácia do mesmo e permita acompanhar o estado das suas encomendas de forma que possam gerir melhor o seu tempo», adianta Olivier Establet, CEO da DPD Portugal.
Quando se fala em entregas, em concreto, os consumidores em Portugal priorizam: receber informação em tempo real, saber a janela horária e seleccionar, antecipadamente, o dia e janela horária mais convenientes.
Apesar da exigência cada vez mais elevada, a DPD indica que os níveis de satisfação dos e-shoppers regulares estão estáveis desde 2019, ficando mesmo acima da média europeia (85% vs 73%, respectivamente).