Debranding é a nova tendência entre as marcas. Da Burger King à Intel
Simplificar a imagem, torná-la mais “limpa” e sem grandes floreados é uma das grandes tendências em termos de identidade de marca. Também conhecida como debranding, esta estratégia está a ser seguida por grandes insígnias a nível mundial, incluindo Burger King, Toyota, Intel, Rolling Stone e Warner Brothers.
Num artigo de opinião publicado na Bloomberg, o jornalista Ben Schott sublinha que todas estas marcas estão a regressar a imagens mais simples e com menos detalhes e profundidade. Em alguns casos, o resultado são logótipos retro que parecem homenagens a décadas passadas, como aconteceu com a Burger King no início deste ano.
Mas qual é a motivação por detrás deste processo de debranding? Segundo o especialista em publicidade e marketing, também o design das marcas está sujeito a modas, pelo que é natural que vários negócios de diferentes áreas de actividade se rendam à mesma tendência. Neste momento, o minimalismo parece ser o caminho a seguir.
Além disso, é preciso garantir que o logótipo surge sem problemas em qualquer tipo de comunicação, não só offline como também online – e é aqui que começam a aparecer os problemas. Símbolos muito complexos podem desformatar ou demorar mais tempo a carregar num computador ou dispositivo móvel, prejudicando a experiência do consumidor ou potencial cliente. Logos com muitos elementos também podem ser ignorados pelos internautas, uma vez que contam apenas como mais barulho na página que estão a visualizar.
Há ainda a questão da utilidade. No caso do packaging, por exemplo, a aposta numa imagem mais simples pode facilitar a identificação de diferentes produtos. Ben Schott aponta para o caso da McDonald’s: as novas embalagens da cadeia de restauração permitem que os trabalhadores percebam rapidamente se se trata de um hambúrguer ou de nuggets, independentemente do país onde o restaurante funcione.
Há ainda outra explicação possível para o debranding, relacionada com a necessidade de evolução das marcas. Negócios que tenham sido criados já há alguns anos e que entretanto tenham crescido precisam de mostrar que estão mais maduros e retirar alguma infantilidade que a imagem inicial possa ter. Para isso, dizem adeus às letras mais arredondadas, às sombras e aos cartoons, por exemplo.
Seja qual for a razão, Ben Schott acredita que o debranding pode tornar-se ainda mais dominante no mundo das marcas ou, por outro lado, provocar uma tendência inversa que vem colocar tudo em causa de novo. Há ainda a possibilidade de as marcas aproveitarem este conceito para construírem identidades flexíveis e cujo logo mais simples serve de base para várias declinações.