Dar tempo ao tempo

Por Miguel Almeida Fernandes, chairman da Unimagem

O que vai mudar na nossa vida depois desta pandemia chamada COVID-19? O Mundo irá mudar ou vai ficar na mesma? Para já, há que aguardar pela resposta da Ciência. Haverá vacina ou não? Haverá um medicamento ou um cocktail de remédios que poderão resolver o problema? E quanto tempo demorarão estes milagres a sair dos tubos de ensaio? E quanto tempo demorará a passar a crise económica resultante da pandemia?

Tudo perguntas sem resposta. Por isso mesmo, como responder à questão sobre que modelo de sociedade resultará depois desta pandemia? Será que aprendemos alguma coisa ou tudo ficará na mesma?

Será que, a partir de agora, as grandes potências mundiais vão abdicar de brincar aos soldadinhos de chumbo e às armas nucleares e concentrar-se nos vírus ou bactérias que poderão destruir a civilização humana? E como será o desenvolvimento económico da sociedade pós-pandemia?

Para já, o mais importante é o tempo. Quanto tempo demorará a passar a pandemia. Será que o vírus irá ficar mais fraco ou mais letal.

Haverá segunda vaga no próximo Inverno ou não? Estaremos mais bem preparados para responder a esta nova batalha? O que se passa agora é todo um conjunto de incertezas e interrogações que se colocam.

Certezas: o teletrabalho veio para ficar em diversas áreas de actividade. Os robots vieram para ficar ainda mais fortes como braço prolongado das famílias, das empresas e da ciência. Os novos heróis não são mais os donos da bola ou dos palcos, mas sim os cientistas, aqueles que têm capacidade de curar e prolongar a vida humana e a sua qualidade.

Quanto ao resto, tudo está em aberto. Nomeadamente se a globalização veio ou não para ficar? Se as alterações climatéricas vão ser agora acatadas por todos para regular o nosso modelo de sociedade, ou não?

E a geoestratégia ficará como agora, com uma influência norte-americana e outra chinesa? E a União Europeia entre frouxos e não frouxos vai sobreviver ou irá partir para o caos?

Tudo interrogações que ninguém é capaz de antecipar, mas apenas fazer um sem número de cenários ou previsões.

Até lá, a vida continua, o Verão aí está à nossa porta e vamos continuar a assistir a um sem número de notícias, umas verdadeiras, outras falsas, sobre como se poderá pôr fim à pandemia. E, aqui, entre o filme das fake news que invadem os media e as redes sociais diariamente e a um ritmo alucinante, não se sabendo em quem acreditar.

Uma coisa é certa, temos de dar tempo ao tempo.

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