Consumidores já perderam 500 mil euros em burlas este ano. Instagram é a plataforma mais utilizada
Continuam a aumentar as reclamações relacionadas com burlas online, revela o Portal da Queixa, que dá nota de um crescimento de 31.1% no número de reclamações sobre burlas, ao verificar-se um total de 1.313 queixas sobre o tema entre Janeiro e Março, e 1.721 ocorrências publicadas no segundo trimestre do ano.
Os dados analisados indicam que a maioria das reclamações reportadas está relacionada com casos de compras em lojas online, onde os consumidores se queixam de ter realizado a compra de um produto que não chegam a receber, ficando sem resposta (por parte da marca/vendedor) e sem o reembolso do dinheiro.
Segundo os relatos dos consumidores lesados, os burlões utilizam alegadamente marcas já conhecidas no mercado para elaborar os esquemas de fraude. Foram identificadas 1.288 marcas/entidades envolvidas.
O reembolso não recebido – perante a não recepção do produto – é o principal motivo de queixa denunciado ao longo do primeiro semestre, absorvendo 63.3% das reclamações inseridas em contexto de burla. O segundo motivo mais apontado pelos consumidores está relacionado com a transacção não autorizada/desconhecida, recolhendo 20.7% das queixas. A motivar 8.8% das denúncias, estão os casos de phishing. Já a publicidade falsa gerou uma fatia de 3.6% das ocorrências.
Compras, Moda e Joalharia é o sector com maior volume de queixas
A análise demonstra ainda as categorias mais reclamadas, onde a alegada situação de burla aconteceu. O maior volume – a recolher 33.4% das reclamações – é observado na categoria Compras, Moda e Joalharia. Segue-se a área da Informática, Tecnologia e Som, a somar 16.1% dos casos.
Já 11.6% das queixas denunciam esquemas fraudulentos na categoria Hotéis, Viagens e Turismo e 9.9% dos casos aconteceram em lojas online de Beleza, Estética e Bem-Estar. Na origem de 7.3% das reclamações encontram-se lojas e marcas de Mobiliário, Decoração e Electrodomésticos.
A informação partilhada pelos consumidores nas reclamações, mostra que o canal mais utilizado para as burlas é o Instagram, ao ser referido em 44,2% das queixas. Segue-se a rede social Facebook, que foi referenciada em 20.2% das reclamações. Em terceiro lugar, é apontado como canal para efectuar a burla o WhatsApp, a motivar 18.3% dos casos. Já os SMS estiveram na origem de 15.8% das alegadas burlas; o Tik Tok (0.6%) e o telefone (0.5%).
Feitas as contas, apurou-se que a estimativa do valor do prejuízo para os lesados aproxima-se de 500 mil euros (498.698.58 €), quase meio milhão de euros.