Conselho de Ministros chumba venda da TAP

A proposta apresentada pelo milionário Gérman Efromovich para a compra da TAP não passou no Conselho de Ministros, realizado hoje. A transportadora continua, assim, nas mãos do Estado, sendo que o processo de privatização deverá ser retomado no próximo ano.

De forma unânime, “o Conselho de Ministros decidiu não aceitar a proposta apresentada para adjudicação da privatização da TAP -Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, S.A., dando por sem efeito a operação em curso”, anuncia o Conselho de Ministros em comunicado, citado pelo Jornal de Negócios.

O Governo justifica a decisão pelo facto de as promessas não terem sido “garantidas inequivocamente”, conforme se exigia no caderno de encargos. «A proposta tinha um conjunto de pressupostos de reforço de capital, pagamento do preço e refinanciamento e não foram prestadas garantias que garantissem que o processo seria bem sucedido. Não estávamos em condições de aceitar a proposta», afirmou a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, citada pelo Público.

No “briefing” do Conselho de Ministros, a governante confirmou que a proposta rondava os 1,5 mil milhões de euros, dos quais 35 milhões entrariam directamente nos cofres do Estado. O restante valor serviria para assumir o passivo, que ronda os mil milhões, e outros 316 milhões para recapitalizar a empresa. De acordo com o Público, foi em relação a este montante que surgiram dúvidas por parte do Governo: Efromovich teria de avançar já com uma injecção de 166 milhões de euros e de outros 150 milhões, num prazo de 18 meses.

Apesar de ter chumbado a venda da TAP ao empresário colombiano, o Governo mantém a intenção de avançar com a privatização da companhia aérea nacional, “idealmente” no próximo ano, anunciou Maria Luís Albuquerque.

Na próxima semana, será a vez de a privatização da ANA – Aeroportos de Portugal ir a Conselho de Ministros.

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