Como despertar o desejo de aprender?
Por Manuel Couto, responsável pela Kumon Portugal
Como pais e educadores, pretendemos que os nossos filhos sejam felizes no seu processo de aprendizagem. Para o conseguirmos devemos despertar-lhes o desejo de aprender e de se manterem motivados. Só assim conseguiremos que aprendam sem limites. Ao estarem motivados diminuem a resistência às tarefas diárias e a enfrentar os desafios educativos que encontram no seu quotidiano.
Embora o conceito de motivação possa parecer relativamente simples, muita investigação tem sido desenvolvida nesse âmbito, demonstrado que existem diversas formas de interpretar e desenvolver esse comportamento em contexto educativo, havendo assim diversas teorias. Muitos dão prioridade e enfatizam a crença em si mesmos e nas suas competências, outros na orientação para desafios e um terceiro grupo argumenta que as dificuldades encontradas nas tarefas diárias moldam a motivação individual.
A motivação pode ser intrínseca, e determinada por factores gerados a nível interno, fazendo com que os indivíduos se comportem de uma ou outra forma ou que sigam numa certa direcção, o que em termos de aprendizagem corresponde aos alunos que procuram um sentimento de realização pessoal e aprendem pelo simples gosto de aprender; ou extrínseca, que é uma forma artificial de estimular um comportamento desejado, em que os alunos esperam um certo resultado do processo de aprendizagem, como uma recompensa pelo esforço realizado.
Na verdade, quer para um ou outro tipo de motivação, não existe uma forma universal de a obter, ao longo do processo de aprendizagem. Se queremos que nossos filhos sejam crianças felizes, devemos entender que eles são únicos e que a chave para uma aprendizagem sem limites é despertar-lhes o desejo de aprender.
A motivação tem um enorme impacto no nível de esforço dos alunos, no seu sucesso académico e na vontade de aprender. É essencial poder oferecer diferentes opções, para que os alunos aumentem o nível de compromisso com os novos conteúdos de aprendizagem e progridam através de desafios alcançáveis, havendo necessariamente lugar a receber feedback sobre esse progresso em direcção aos objectivos escolhidos, que posteriormente acabará por fazer toda a diferença sustentando assim todo o esforço ao longo de, por exemplo, um ano lectivo.
As crianças estão naturalmente predispostas para aprender. Está cientificamente provado que a motivação em idades mais precoces é bastante superior em relação às idades mais avançadas, já que a mesma tem tendência a diminuir com o crescimento. Como pais e educadores, temos o dever de ajudar os nossos filhos a sentirem-se motivados para aprender, em todo o seu processo educativo.
Se, por um lado, ser um bom aluno ajuda a aumentar a autoestima, autoconfiança, e de alguma forma previne comportamentos indesejáveis, demonstrar afecto e usar o elogio como um instrumento simples e essencial, é a melhor forma de alcançarmos o sucesso, fazendo desta forma com os nossos filhos se sintam compreendidos.
Este é um trabalho que fazemos todos os dias nos nossos centros, ajudamos as crianças a que aprendam sozinhas, sempre com o acompanhamento de um orientador pedagógico, para que desenvolvam todo o seu potencial, sem perder essa tão necessária motivação, já que os alunos são os protagonistas em todo o processo, reforçando assim o desejo de aprender e a satisfação pessoal após a realização das suas tarefas.