Colombo entra em novo ciclo focado no apoio a artistas emergentes

As obras finalistas da primeira edição do ‘Prémio A Arte Chegou ao Colombo’ vão estar em exposição aberta ao público a partir de hoje e até 23 de Maio, no Museu Coleção Berardo.

Este prémio foi lançado pelo Centro Colombo e co-organizado pela agência State of the Art, tendo como objectivo o apoio a artistas emergentes. Paulo Gomes, director do Centro Colombo lembra que há já 10 anos que o Centro Colombo, através da iniciativa ‘A Arte Chegou ao Colombo’ aposta na arte e na sua democratização, tornando-a acessível à comunidade. «Com o lançamento deste Prémio estamos a dar um novo impulso à criação de arte contemporânea e a abrir portas para que os artistas emergentes possam também expor os seus trabalhos ao grande público», reforça.

Acompanhe a conversa com Paulo Gomes sobre o apoio do Centro Colombo à arte contemporânea.

De que maneira é que a pandemia condicionou, no último ano, o apoio à cultura do Colombo que tem sido uma das bandeiras do centro nos últimos anos?

Paulo Gomes, director do Centro Colombo

A pandemia acabou por se traduzir numa oportunidade de repensar o projecto “A Arte Chegou ao Colombo”. Em 2020, a “A Arte Chegou ao Colombo” (AACC) comemorou os seus 10 anos de existência e em plena pandemia iniciou-se um novo ciclo, através da criação de um projecto de apoio ao sector artístico em Portugal, com um Prémio de Arte, dando assim um novo impulso à criação de arte contemporânea e um sinal positivo à sociedade numa fase de grande incerteza económica.

A tradicional exposição “A Arte Chegou ao Colombo” acabou também por evoluir para uma instalação de arte aérea, criada pelos jovens artistas do colectivo Error-43, intitulada Mundos Imaginalis, tendo também como tema a pandemia. Esta instalação permitiu-nos a circulação das pessoas de forma segura, tranquila e necessária ao momento que vivemos.

A pandemia possibilitou que pensássemos no projecto de uma forma inovadora, iniciando assim um novo ciclo focado no apoio a artistas emergentes.

Porquê a decisão de levar, este ano, a exposição para fora do Colombo?

O Museu Coleção Berardo é nosso parceiro desde o início da AACC, é um dos membros do júri e disponibilizou-se a dar palco a estes artistas emergentes.

Da mesma forma que o projecto evoluiu para uma instalação de arte aérea e para um prémio de apoio artístico, a saída do Centro Colombo acabou por ser uma decisão muito orgânica que tem como objectivo apoiar e dar visibilidade aos 10 artistas que compõem a exposição.

Depois de habituar os seus clientes à arte nos seus corredores, era o momento do Colombo fomentar a sua fruição nos tradicionais museus? Encaram-no como ajuda à elevação cultural dos clientes?

Podemos dizer que sim. Ao fim da 10ª Edição da AACC, o Centro Colombo mantém a missão de contribuir para a divulgação e promoção de actividades culturais, assim como aproximar os visitantes do Centro Colombo das diversas manifestações artísticas e promover a sua participação e interacção com a arte e a cultura.

Nos últimos anos, a praça central do Centro Colombo recebeu obras de grandes artistas nacionais e internacionais, que foram vistas por mais de 1.2 milhões de pessoas. Estes números deixam-nos muito orgulhosos mas representam, também, uma grande responsabilidade para quem nos visita.  Por isso, ano após ano, tentamos inovar, surpreender, sem comprometer o apoio ao artista e à actividade cultural.

Qual o impacto que acreditam que esta exposição terá, de facto, na vida destes artistas emergentes?

Numa altura em que o apoio à Cultura está tão condicionado e que os artistas têm passado por tantas necessidades, o lançamento deste Prémio vem dar um novo impulso à criação de arte contemporânea e abrir portas para que os artistas emergentes possam também expor os seus trabalhos ao grande público.

Que outras iniciativas, no âmbito da promoção da cultura, estão previstas, este ano para o Centro Colombo?

Para 2021, mantemos o apoio à cultura e já estamos a planear a 11ª Edição da AACC. O tema desta edição é o centenário de um pintor português e terá a mais volumosa estrutura expositiva alguma vez montada no Centro Colombo.

Adicionalmente, temos prevista a iniciativa “Cultura no Centro”, lançada no âmbito do movimento “Consciência Somos Nós” e que pretende apoiar artistas e entidades nacionais do sector cultural.

A iniciativa arrancou em 2020, com a realização de uma convocatória aberta às áreas criativa e da cultura, nas localidades de influência do Centro Colombo, com o objectivo de receber propostas que serão implementadas ao longo de 2021. As propostas abrangem as mais diversas áreas artísticas como teatro, dança, cinema, novo circo, artes performativas, pintura, animação e música. No total recebemos 84 propostas e que estão neste momento em fase de avaliação.

Texto de Maria João Lima

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