Cheres é a plataforma que quer incluir todos na conversa sobre investimentos financeiros

É provável que ainda não tenha ouvido falar na plataforma Cheres, uma vez que, por enquanto, só está disponível nos Estados Unidos da América. Contudo, esta empresa co-criada por um português, que aponta a uma democratização do acesso a investimentos financeiros, conta já com uma lista de espera de 12 mil pessoas no sistema iOS, cuja app será lançada em Março.

Da esquerda para a direita: Kathleen Garcia-Manjarres, Shahriar Kabir e António Andrade

Tudo começou com um grupo formado por António Andrade, Kathleen Garcia-Manjarres e Shahriar Kabir para conversar sobre investimentos. Os três rapidamente perceberam que havia uma grande vontade da comunidade em poder participar e, como tal, lançaram um chatbot para automatizar a partilha de investimentos e fazê-los chegar instantaneamente a todos os membros do grupo – em poucos dias havia mais de 500 membros de todos os cantos do mundo.

O que torna, então, a Cheres uma marca tão desejada? Para António Andrade, tudo se resume à «equipa forte por detrás da startup, associada a um mercado em expansão muito forte, bem como a uma estratégia de posicionamento inteligente». Porém, além dos números elevados que têm acompanhado a empresa desde o seu surgimento, em Maio de 2021, há outro mais reduzido, mas que tem um significado igualmente impactante: a Cheres foi aceite numa aceleradora de negócios – a Techstars, em Los Angeles –, com uma taxa de aceitação inferior a 1%.

Esta sucessão de sucessos em menos de um ano está ligada, para o co-fundador português, à ideia de democratização do acesso ao mundo dos investimentos financeiros. «A comunidade de utilizadores mostra isso mesmo. Graças à estratégia go-to-market implementada, 60% dos utilizadores é do sexo feminino e 80% de minorias sub-representadas, como afro-americanos, latinos e asiáticos nos Estados Unidos e Canadá, demonstrando que há uma grande fatia da população que estava do ‘lado de fora’.»

Ainda em fase embrionária, a estratégia de comunicação da plataforma ficou a cargo da co-fundadora Kathleen Garcia-Manjarres, «uma pessoa de talentos multifacetados», que utilizou a sua expressão digital enquanto actriz para espalhar mais a palavra. Em parte, foi daqui que resultou a lista de espera de 12 mil pessoas para a app iOS e, ainda, de 10 mil para a newsletter semanal “Buy low, sell high”.

O objectivo máximo da Cheres – cujo nome vem da semelhança fonética com a palavra inglesa “shares” (que significa “acções” e “partilhas”) e a francesa “cher” (traduz-se para “caro”) – é «criar um espaço único de partilha financeira, ligando comunidades, agregando numa plataforma all-in-one activos tradicionais e alternativos, como NFTs e criptomoedas. No futuro, o objectivo é que se possa trancaccionar através de qualquer conta de investimento no mundo sem sair da app da Cheres», revela António Andrade à Marketeer.

Texto de Beatriz Caetano

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