CGD: O caminho da transição para a neutralidade carbónica

Na derradeira década de acção para se alcançarem os compromissos da agenda dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, a estratégia de sustentabilidade assume um carácter imperativo na agenda das organizações, sendo que a CGD assume o seu papel de financiador sustentável no apoio aos clientes que procuram realizar uma transição justa, inclusiva e faseada para modelos de negócios mais sustentáveis e de baixo carbono.

A CGD tem, desde 1876, o objectivo de contribuir para uma sociedade melhor, disponibilizando produtos e serviços bancários que visam a melhoria do bem-estar das famílias e o desenvolvimento do sector empresarial.

Nos últimos anos a sustentabilidade tem assumido particular relevância no tecido empresarial português, apresentando- se como um factor de transformação do modelo de negócio das empresas.

Enquanto motor do crescimento económico e consciente do seu papel de agente de mudança, a CGD tem vindo a acompanhar os desafios da sustentabilidade, promovendo continuamente a integração de critérios ESG (Environmental, Social e Governance) na tomada de decisão, nos seus processos, medidas e iniciativas desenvolvidas.

ABORDAGEM ESTRATÉGICA

O Plano Estratégico 2021-2024 da CGD foi desenvolvido sob o mote “Construir o futuro” e assenta em seis pilares de transformação, destacando-se a “Sustentabilidade e Impacto Social”, workstream através da qual a CGD estabelece a ambição de conduzir iniciativas com impacto em áreas-chave para a sociedade, nomeadamente através do investimento sustentável e da adopção de modelos de governo éticos, eficientes e que promovam a inclusão, o bem-estar e o desenvolvimento de todos os seus stakeholders.

A prossecução do pilar materializa-se através da Estratégia de Sustentabilidade 2021-2024, em que identificamos os cinco eixos estratégicos alinhados com as necessidades e expectativas do banco e das suas partes interessadas.

INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL

A publicação do Plano de Acção para Financiar um Crescimento Sustentável pela Comissão Europeia veio reforçar um dogma há muito reconhecido pela CGD: o sector financeiro desempenha actualmente um papel fundamental na transição para uma economia neutra em carbono por via das suas actividades de financiamento.

Na CGD temos vindo a investir activamente em sectores que contribuam para o desenvolvimento sustentável, através de campanhas específicas e na comercialização de linhas de financiamento ambientais e sociais para os nossos clientes particulares e empresas. As directrizes estabelecidas na Política de Financiamento Sustentável e Transição Energética, juntamente com a formação especializada aos nossos colaboradores em temas ESG, permite-nos oferecer o apoio personalizado na disponibilização de soluções concretas que proporcionam os recursos necessários para a transição dos nossos clientes.

Também na dimensão do investimento, a CGD, por via da sua sociedade gestora de activos, alargou a adopção de critérios ambientais, sociais e de governação a todas as classes de activos sob gestão, destacando-se o montante total de 5,9 mil milhões de euros em fundos de investimento mobiliário e fundos de pensões abertos sob gestão, que promovem características sociais e/ou ambientais.

A CGD é hoje uma marca de referência no domínio do financiamento sustentável, influenciando o mercado na adopção de práticas disruptivas, inovadoras e sustentáveis. Desde 2021 foram realizadas três emissões de dívida sustentável no montante total de 1,3 mil milhões de euros. Através da alocação de activos elegíveis à luz da Framework de Financiamento Sustentável1, o banco estima2 o impacto associado, nomeadamente as emissões de CO2 evitadas e outros indicadores (apoio a 5746 empresas em zonas economicamente desfavorecidas; 470 veículos eléctricos financiados; 6742 habitações energeticamente eficientes financiadas, entre outros).

GERIR RISCOS CLIMÁTICOS E AMBIENTAIS

Actualmente a Caixa já identifica, avalia e gere riscos de natureza ambiental, social e climática, com o objectivo de mitigar a exposição a estes riscos por via da sua carteira de crédito. Nos Princípios de Exclusão e Limitação Sectorial são ainda identificadas as actividades que são excluídas ou restringidas sob determinadas condições da política de crédito, nomeadamente a empresas e projectos que utilizem recursos naturais escassos, cuja exploração ou extracção possa causar um impacte ambiental negativo.

No decorrer do seu exercício anual de cálculo da pegada de carbono para as emissões de âmbito 1 (emissões directas resultantes do consumo de combustíveis), âmbito 2 (emissões indirectas resultantes da produção de electricidade) e âmbito 3 (emissões da cadeia de valor), a CGD concluiu que as emissões que decorrem dos seus financiamentos representam cerca de 99,7% das emissões totais.

Deste modo, e em alinhamento com o compromisso assumido com a neutralidade carbónica, a Caixa definiu o seu Plano de Transição para a Neutralidade Carbónica3, onde apresentada as trajectórias intermédias de redução de emissões de CO2 alinhadas com o objectivo de limitar o aumento máximo de temperatura em 1,5 °C até 2100, em relação aos níveis pré-industriais. Este é um caminho que dependerá directamente do alinhamento e desempenho dos nossos clientes, pelo que se impõe o desenvolvimento de abordagens de negócio sectoriais tailor-made que promovam a transição paralela de ambas as partes, nomeadamente através de ferramentas como o Modelo de Rating ESG.

Este modelo inovador, que permite avaliar o desempenho ESG das empresas através de 15 indicadores, visa complementar a informação do Rating Financeiro, constituindo-se como uma importante ferramenta para uma gestão de risco mais robusta e um factor de competitividade, considerando que é aplicada uma redução de preço às empresas com melhor desempenho (rating “Bom” e “Forte”). Ao disponibilizar a classificação do rating ESG aos seus clientes, fornecemos uma ferramenta para saberem onde estão e para onde vão.

VALORIZAR AS PESSOAS E A COMUNIDADE

Na CGD a responsabilidade social é intrínseca à nossa identidade, assumindo um papel activo no desenvolvimento de uma cultura suportada por princípios de diversidade, equidade e inclusão, que garanta não só a criação de valor e bem-estar dos seus colaboradores, mas também para uma resposta efectiva aos principais desafios da sociedade, como a desigualdade de oportunidades e a exclusão social, digital e financeira.

O Programa Caixa Social promove as melhores práticas na resposta aos desafios da sociedade portuguesa, endereçando problemáticas como a pobreza e inclusão social, a criação de emprego, a literacia financeira e digital e a educação. Na vertente da educação, os Prémios Caixa Mais Mundo permitiram, ao longo de cinco edições, apoiar 930 estudantes com o investimento total de 1.020 milhões de euros, criando oportunidades para que mais alunos, nomeadamente grupos sociais financeiramente mais vulneráveis, pudessem prosseguir com os seus estudos no ensino superior. Enquanto banco de capitais públicos o investimento na comunidade e o apoio ao sector social está profundamente enraizado na estratégia de responsabilidade social da CGD. Desde 2019 os Prémios Caixa Social já permitiram premiar 136 iniciativas nacionais empreendidas por entidades do terceiro sector, através da doação de 2,7 milhões de euros.

Assim, a CGD não é só um banco, é um parceiro dedicado à jornada de cada cliente na transição para uma economia mais sustentável, em Portugal e nas diversas geografias onde desenvolve a sua actividade.

Com apoio personalizado, confiança e segurança financeira, estamos prontos para auxiliar e liderar a mudança rumo a um futuro mais verde e inclusivo.

1 Para mais informações consultar em https://www.cgd.pt/English/Investor-Relations/Debt-Issuances/Prospectus/Documents/CGD-SustainableFinanceFramework.pdf

2 Para mais informações consultar o Relatório de Alocação e Impacto da CGD.

3 Para mais informações consultar https://www.cgd.pt/Sustentabilidade/Desempenho/Documents/DOC_NET-ZERO-2050.pdf

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 329) da Marketeer.

Artigos relacionados