CEO da Philip Morris International: «Peço-vos para porem a saúde pública à frente da ideologia»

Jacek Olczak acredita que não é possível construir o futuro desejado a partir dos mesmos passos dados anteriormente. Segundo o CEO da Philip Morris Internation (PMI), regressar a uma versão do passado “normal” é impensável e seria um «desperdício imperdoável» perante a oportunidade que se apresenta perante a sociedade no sentido de evoluir e crescer.

Presente no Concordia Annual Summit 2021 – que junta alguns dos líderes mais proeminentes do mundo dos negócios, governos e organizações sem fins lucrativos – Jacek Olczak centrou o seu discurso na necessidade de trabalhar em conjunto em prol de um futuro melhor. O executivo alertou para os perigos de priorizar algumas pessoas ou perspectivas em detrimento de outras, impedindo a inovação.

Olhando para o caso da PMI em concreto, Jacek Olczak explica que têm sido muitos os entraves à vontade da empresa de pôr fim ao fumo. De acordo com o CEO, as medidas regulatórias em vigor para reduzir o número de pessoas que fuma cigarros têm tido um efeito limitado e, na sua perspectiva, insuficiente para resolver o problema.

Qual será, então, a solução? Jacek Olczak acredita que a resposta reside num forte compromisso para com a ciência e a inovação tecnológica. Ao longo das últimas décadas, a PMI tem desenvolvido vários produtos sem combustão que reduzem o risco associado ao consumo de tabaco, apresentando estudos científicos que comprovam isso mesmo. No entanto, o responsável garante que são muitas as vozes contra estes avanços.

No mesmo discurso, o CEO da PMI sublinhou que «as portas fechadas, o secretismo e a intriga que marcaram as críticas à indústria do tabaco há 30 anos são agora, ironicamente, prática padrão para muitas organizações anti-tabaco e ONGs».

Jacek Olczak considera, por isso, que é necessário remover as políticas e os princípios ideológicos que impedem o progresso, frisando que este é um problema que vai além do tabaco. Também as alterações climáticas, pandemia ou desigualdade, por exemplo, serão questões afectadas por esta abordagem.

«A ciência – quando é analisada através de revisão por pares – é ciência. Os factos são factos. A noção de que uma descoberta científica deve ter defeito porque vem de uma empresa ou indústria em particular é absurda», comenta Jacek Olczak, apelando para que se coloque um ponto final ao estigma de que uma inovação científica apresentada por uma empresa de tabaco não pode ser de confiança.

«Peço-vos para porem a saúde à frente da ideologia e de rancores antigos. Se aprendemos alguma coisa no último ano e meio é que a ciência, a inovação e a inclusão devem prevalecer.»

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