Casa é o centro da vida dos consumidores. Bem-vindos à Era do “Nesting”

Antes da pandemia, a chamada “economia da experiência” dominava a sociedade. Todos queriam saber o que se passava nas vidas alheias, onde iam e o que faziam fora de casa. Durante o confinamento, a atenção virou-se para dentro, de acordo com o relatório “The Age of Nesting” da Beko em parceria com o The Future Laboratory.

Não é que a curiosidade pelos outros tenha desaparecido por completo, mas aumentou consideravelmente a preocupação com a própria casa, que se transformou em escritório, escola, ginásio, restaurante e até espaço de férias.

Segundo a Beko, há efeitos a longo prazo a considerar tendo como ponto de partida a pandemia de COVID-19, as recomendações de distanciamento social e o isolamento. São consequências a nível global que se reflectem também nas preocupações sobre higiene, bem-estar e imunidade.

Num horizonte a 10 anos, a mudança para uma mentalidade mais local e com o mindset centrado no mundo interior deverá ser para ficar, dando início àquilo a que a Beko apelida de Era do “Nesting” – ou seja, do transformar o lar numa espécie de ninho.

“O legado do confinamento, combinado com as novas mudanças comportamentais, terá transformado fundamentalmente onde vivemos, como vivemos e as casas em que vivemos”, indica a empresa. O relatório da Beko destaca três principais tendências:

Rurban Revolution – Um maior enfoque na saúde, higiene e recuperação levará a um êxodo urbano para os subúrbios, as áreas periféricas e rurais, proporcionando às cidades a oportunidade de se tornarem mais centradas na humanização. Os jovens que antes eram atraídos para as grandes cidades vão descobrir que as rendas altas, os salários relativamente baixos e o impacto prejudicial da vida na cidade na saúde não é o que os atrai mais. Como consequencia, as gerações Z e Millennial vão procurar áreas rurais e adjacentes à cidade para melhorar a saúde física e bem-estar emocional;

Multi-modal homes – A casa vai tornar-se um “espaço blend”, capaz de proporcionar de forma fluída diferentes tipos de funções: trabalho, descanso, recuperação e lazer. Seja nas megacidades reinventadas ou nos centros urbanos, a dependência do lar dos “Generation Nesters” irá colocar a utilização e funcionalidade da casa no topo das suas prioridades;

Pandemic-proof Living – As preocupações colectivas dos consumidores sobre higiene, bem-estar e imunidade irão persistir e moldar as gerações mais jovens, com a casa do futuro vista como um espaço à prova de pandemia e com inovações hiper higiénicas e sustentáveis em destaque. As inovações domésticas vão ser pensadas para reduzir a exposição a vírus e factores poluentes e para maximizar a higiene pessoal. Tal como na Gripe Espanhola, que motivou os lares a ter uma bacia à entrada para a lavagem de mãos, as casas do futuro vão ter espaços de descontaminação para garantir maior segurança no interior.

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