Carrinho de compras volta a mudar: menos artigos de higiene e mais cerveja

O mais recente Barómetro Nielsen Covid-19 mostra que os portugueses estão a começar a encarar com normalidade a situação de quarentena. Entre os dias 20 e 27 de Abril (semana 17 de 2020), categorias de produto mais associadas à vida fora de casa registaram uma quedra abrupta: Produtos para Calçado (-44%) e Produtos Solares (-91%), por exemplo.

Nesta semana, quando teve início a Telescola, verificou-se também um dinamismo assinalável na Alimentação, tendo sido a área de maior crescimento. Registou, aliás, um aumento quase duas vezes superior do total dos Bens de Grande Consumo.

Bebidas Quentes (+47%) é uma das categorias alimentares que mais cresce, muito graças ao café. Registam-se também subidas significativas nos Produtos Básicos (+27%) e nos Congelados (+26%).

Olhando para as Bebidas, a segunda área que mais cresce nos Bens de Grande Consumo, a Nielsen destaca as Cervejas/Sidras/Panachés (+15%) e as Bebidas Alcoólicas (+10%) como principais impulsionadores.

Destaque ainda para a quebra verificada na categoria de Detergente e Produtos de Higiene, ainda que haja alguns segmentos em expansão, nomeadamente Acessórios de Limpeza (+55%), Produtos de Embalagem e Conservação (+28%), Higiene do Lar (+24%) e Produtos para a Loiça (+23%).

«O período em análise demonstra a adaptação dos consumidores à vida em quarentena, na medida em que as vendas de FMCG parecem demonstrar a procura para responder a necessidades que se têm vindo a evidenciar ao longo destas últimas semanas», explica Marta Teotónio Pereira, client consultant senior da Nielsen.

No total, os Bens de Grande Consumo registaram vendas na ordem dos 169 milhões de euros. Trata-se de um aumento de 8% face ao período homólogo e uma variação de -1% comparativamente à semana anterior.

Quanto aos canais de compra, o Online mantém crescimentos muito elevados. Na semana 17, o salto foi de 244% relativamente ao número de ocasiões de compra e de 225% em número médio de lares a comprar online Bens de Grande Consumo.

«Este fenómeno de regularização encontra-se também visível na tipologia de lojas escolhidas pelos consumidores, com as lojas de proximidade a apresentar um peso superior ao do período pré-COVID, comprovando que os portugueses procuram soluções mais próximas das suas casas, evitando deslocar-se desnecessariamente», adianta ainda Marta Teotónio Pereira.

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