Standvirtual: 20 anos a guiar o mercado automóvel online
Desde o seu lançamento em 2004, o Standvirtual tem desempenhado um papel pioneiro no sector dos automóveis em Portugal, introduzindo uma nova era de compra e venda online, marcada pela confiança e profissionalismo. Ao longo dos anos, a marca expandiu-se para responder às necessidades de um mercado em constante evolução. Ricardo Cardoso, Marketing manager do Standvirtual, reflecte sobre o percurso da marca e as suas principais conquistas ao longo destas duas décadas.
Qual foi a visão que levou ao nascimento do Standvirtual e como evoluiu a marca ao longo destes 20 anos?
O fundador Miguel Mascarenhas viu uma grande oportunidade no mercado de anúncios online para automóveis, até por comparação com o que já havia em outros países da Europa, principalmente na Alemanha com o mobile.de. A oportunidade estava associada a um mercado muito pouco desenvolvido em Portugal, sem qualquer tipo de simetria na relação entre o vendedor e o comprador. Só a título de exemplo, nessa altura as plataformas existentes levavam a transparência muito pouco a sério, permitindo anúncios sem fotos nem preço.
O Standvirtual veio romper com esse cenário. Trouxe mais profissionalismo e dedicação, através de uma moderação apertada, trabalhando com valores da confiança e transparência muito presentes, principalmente no desenvolvimento de novas funcionalidades e do produto em si.
Como era o mercado online de carros usados em 2004?
Na altura, os classificados em papel ainda lideravam este mercado, por isso a oferta online era pobre e sofria do problema de assimetria que comentei na resposta anterior.
A organização desta nova plataforma chamada Standvirtual, juntamente com uma oferta ampla e profissional, fez com que o crescimento se tornasse rápido.
No entanto, se os compradores aderiram rapidamente, os comerciantes demoraram um pouco mais a acreditar que a internet poderia ser um canal de vendas importante. Houve um esforço comercial grande, quase sempre local e de proximidade, que evangelizou sobre o poder e o futuro do digital.
A vossa comunicação sofreu que tipo de mudanças durante o vosso crescimento?
No início, o plano de marketing era muito focado em Search, eventos e com algumas aparições em TV e OOH. A empresa – na altura chamava-se FixeAds – tinha (e tem) uma mentalidade altamente tecnológica e por isso desenvolveu uma marca de referência no que toca a boas práticas em SEM.
Com o passar do tempo a marca foi-se adaptando às tendências e construiu, por exemplo, uma página de Facebook muito forte que ainda hoje dura, com cerca de meio milhão de seguidores, altura em que também começou a dar os primeiros passos na produção de conteúdo.
A marca foi absorvida pelo Grupo OLX, um gigante internacional e especialista em marketplaces. Foi crescendo e as necessidades tornaram-se mais exigentes. Percebemos, através de alguns estudos, que a marca era muito forte na fase mais adiantada da jornada de compra, mas que não preenchia as fases mais a montante, como, por exemplo, o momento inicial de procura de informação.
Era preciso definir uma estratégia de comunicação e um posicionamento que fossem fios condutores para todas as iniciativas de marketing. Começámos a vincar o nosso posicionamento enquanto especialistas de mercado. O objectivo era tornar evidente aquilo que o Standvirtual sempre foi desde a sua origem: um verdadeiro “trusted advisor”, tanto em B2C como em B2B. Começámos a produzir um grande volume de informação com base nos dados gerados na plataforma, para alimentar a curiosidade e interesse de compradores e vendedores.
Hoje a marca está mais elástica e preenche melhor todos os momentos da jornada de compra automóvel. Num cenário menos visível também comunicamos melhor e com maior frequência com os nossos clientes profissionais, dotando-os de toda a informação que precisam para tomar as melhores decisões em relação a preço, procura e oferta.
Têm apostado em conteúdos humorísticos. Carros e humor são uma combinação de sucesso?
O humor foi uma aposta na campanha de publicidade, porque acreditamos que cria boas memórias associadas à marca e facilita a partilha de uma mensagem. No entanto, não veste por completo o tom da marca.
O Standvirtual é uma marca muito democrática, no sentido em que é visitada por um público muito diferente entre si, por uma razão muito simples: tem cerca de 2 milhões de utilizadores todos os meses, e seria impossível aparecer da mesma forma a todas estas pessoas. Por essa razão, trabalhamos em vários canais e com vários parceiros. Temos o exemplo do Diogo Batáguas, que nos aproxima deste público mais adepto do humor. Mas trabalhamos também com o João Kopke, que nos traz a ideia da viagem e de estar na estrada à procura de histórias e de aventuras; com o Jamie Drake, que trabalha um lado mais estético dos carros; e com o Museu do Caramulo, que nos ajuda a produzir conteúdos relacionados com a paixão pelos carros. Também produzimos ensaios, magazines para quem quer estar em cima das tendências e das dinâmicas de mercado e tantas outras coisas, que nos possam moldar a esta ideia de especialistas em carros, na perspectiva de cada um.
Como estão a comemorar estes 20 anos da marca?
Acima de tudo, com muito orgulho de estarmos nesta casa que representa tanto para os portugueses, que ajudou tanta gente a fazer match com o seu companheiro de estrada e, porque não dizer também, que ajudou muitas PME do mercado automóvel a alavancar o seu negócio.
Temos tido algumas iniciativas, desde logo a criação de um selo para comunicar graficamente esta data. No início do ano, assinalámos o momento no nosso evento de kick-off com parceiros, mostrando a cronologia e os momentos marcantes. Também já organizámos um jantar-concerto com os primeiros 20 clientes do Standvirtual, os verdadeiros pioneiros desta história e que acreditaram nesta solução desde o início.
Produzimos um kit de 20 anos para clientes e equipa. Festejámos com a M80, numa festa aberta ao público, e com mais de 1000 pessoas no Casino Estoril.
E lançámos uma campanha 360º, talvez a maior de sempre da marca, com o conceito “Deixa-te guiar por quem sabe”.
O Standvirtual já tem uma secção para carros eléctricos. Já existe confiança da parte do consumidor em procurar eléctricos usados?
Em teoria não existe, mas na prática o que vemos é que já se vendem muitos eléctricos usados. Claro que ainda longe do volume de diesel e gasolina que são vendidos em segunda mão, mas já com uma penetração interessante. Aliás, temos clientes que só vendem carros eléctricos usados.
O maior receio do público é o estado das baterias, mas essa é também a nossa função, a de desmistificar conceitos, como, por exemplo, a ideia de que uma bateria ao final de cinco ou seis anos já está inutilizada. A verdade é que as baterias podem resistir 10 ou 15 anos em bom estado. Além disso, as marcas cada vez dão mais garantia (1 M de quilómetros ou 10 anos) e já existem bastantes locais onde se pode examinar o estado real da mesma, para que se faça uma compra segura e tranquila.
Os eléctricos são vendidos essencialmente na categoria de Novos, e quando todas estas viaturas começarem a chegar em massa ao mercado de segunda mão vai fazer crescer a oferta.
Que eventos ou iniciativas destacam ao longo da vossa história? Há alguns planeados para o futuro que possam revelar?
A aquisição por parte do Grupo OLX foi marcante pelas sinergias e recursos que trouxe consigo. Para outros momentos importantes diria a conquista da liderança do mercado em 2008, apenas com quatro anos de existência, o lançamento da app em 2012, para fazer face ao crescimento do mobile, e a modernização da imagem e do site em 2017. Pelo meio há muitas funcionalidades importantes que foram desenvolvidas para inovar o nosso mercado.
Tratando-se naturalmente de uma marca bastante premiada, quais destas distinções recebidas ao longo da história do Standvirtual destacariam?
A mais consistente têm sido os 13 anos consecutivos a ganhar o prémio de “Escolha do Consumidor”, mas o que na verdade conta, e pegando no nome desta distinção, o que nos deixa muito satisfeitos é sermos a escolha dos consumidores, atraindo ao nosso site milhares de utilizadores todos os dias, que geram milhares de contactos aos nossos vendedores.
Têm presente o número de anúncios colocados na vossa plataforma desde o nascimento, em 2004?
Estimamos que nestes 20 anos passaram entre quatro a cinco milhões de anúncios de veículos. Uma curiosidade engraçada é que a marca sempre esteve ligada aos carros, mas o primeiro anúncio foi de uma moto 4.
» Ricardo Cardoso, Marketing manager do Standvirtual
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Especial Aniversário das Marcas”, publicado na edição de Outubro (n.º 339) da Marketeer.