Audi: Electrificação é o mote

A mobilidade eléctrica é um dos principais eixos estratégicos da Audi, que tem como objectivo desenvolver 30 veículos electrificados até 2025, 20 dos quais 100% eléctricos (uma previsão que se mantém, apesar da pandemia). O primeiro totalmente eléctrico da marca – o Audi e-tron – foi lançado em Portugal em Março de 2019, e o primeiro híbrido plug-in desta nova geração (o modelo A6) iniciou a sua comercialização este ano.

O e-tron Sportback, lançado em 2020, é uma variante do lançado em Março de 2019, sendo um modelo com um design mais desportivo e eficiente, que permite uma autonomia até 446 km em ciclo WLTP, devido ao seu coeficiente aerodinâmico com um valor Cx de 0,25. Este modelo mantém-se fiel à estratégia da Audi, que alia a mobilidade eléctrica à conectividade e digitalização. Possui inovações como os faróis digitais matrix LED, ou os retrovisores exteriores virtuais.

Segundo a marca, o mercado reagiu muito bem ao novo modelo, embora o reflexo nas vendas não seja imediato. É um modelo posicionado num segmento mais elevado. «Neste momento, temos mais de 100 unidades vendidas », revela Ricardo Rebelo, director de Marketing da marca.

A oferta de eléctricos da Audi, com as duas carroçarias do modelo e-tron, e de híbridos plug-in com os modelos A6 e Q5, enquadra- se nas necessidades dos clientes empresariais (que representam a grande fatia das vendas deste tipo de viatura). Qualquer um destes modelos é enquadrável nos limites fiscais definidos na legislação nacional, permitindo às empresas que os adquiram vantagens face aos modelos de combustão.

No caso do e-tron, vendido abaixo de 62.500 euros + IVA, fica isento de ISV, de tributação autónoma, de IUC, e o IVA é dedutível a 100%; para o A6 TFSIe e Q5 TFSIe com preço de venda abaixo de 50.000 euros + IVA, só pagam 25% do valor de ISV, a taxa de tributação autónoma é metade da que seria se fosse um veículo com motor a combustão, e o IVA é dedutível.

Para acompanhar esta ofensiva eléctrica, a marca tem prestado também atenção às infra- estruturas, através de projectos como o e-tron Charging Service. O serviço de carregamento Audi e-tron Charging Service fornece acesso a mais de 147 mil pontos de carregamento na Europa. O cartão e-tron Charging Service Charge Card é suficiente para se iniciar o carregamento na rede MOBI.E. Este cartão tem um custo mensal de 4,67 euros, e permite carregamentos em corrente alterna sem quaisquer custos.

Com a app myAudi, podem usar-se os serviços do portefólio Audi connect num smartphone, o que é particularmente útil em modelos eléctricos e híbridos. Por exemplo, esta aplicação pode ser usada para verificar o estado de carga da bateria e a sua autonomia, iniciar o carregamento, programar o temporizador de carregamento e visualizar as estatísticas de carga e consumo. Além disso, quando se faz a planificação de rotas na app é possível visualizar as estações de carregamento. Todos estes serviços estão disponíveis em Portugal.

Com o encerramento dos stands durante o período de confinamento, a estratégia da Audi passou para um maior foco no online, numa tentativa de manter o contacto com actuais e potenciais clientes. Foram criadas ferramentas no site, de modo a permitir a venda de alguns modelos sem interacção física, incluindo entrega em casa do cliente (Audi@ Home). Foram efectuadas algumas vendas através deste canal, mas, lembra Ricardo Rebelo, por enquanto a compra de um automóvel ainda é um processo muito físico – pode iniciar-se online, mas continua a ser necessário experimentar, ver e sentir o automóvel.

Aumento da intenção de compra

Com a situação de pandemia, os objectivos da Audi foram revistos tendo em conta o elevado decréscimo que o mercado automóvel tem sofrido nos últimos meses (menos 50% vs. 2019 em valores acumulados até Junho). Ainda assim, o objectivo para este ano é manter o volume de vendas igual a 2019.

Não há dúvidas de que o sector automóvel tem passado por algumas alterações nos últimos anos, sendo uma das principais a mudança de paradigma da posse para a utilização. No entanto, esta alteração sofreu um revés com a pandemia, levando a que muitas pessoas tenham alterado a ideia que tinham de partilha de viaturas, ou utilização de serviços de transporte através de aplicações, para a compra de uma viatura. «Começamos a notar esta tendência nos clientes que visitam os stands», confidencia, revelando que têm algumas campanhas específicas para clientes particulares, para aproveitar a tendência.

O foco da Audi, neste momento, é o lançamento do novo A3 – está a ser lançada a carroçaria Sportback, e durante o mês de Agosto estará também disponível a carroçaria Limousine. Para além deste novo modelo, há também uma campanha para o modelo A1, mais direccionada a um público que faz uma utilização mais citadina e que quer um carro mais pequeno, com aspecto desportivo, e com várias ferramentas de conectividade.

Adicionalmente às campanhas para alguns modelos, a Audi tem campanhas dirigidas a clientes particulares que tentam minimizar o impacto da pandemia: crédito com período de carência, seguro de protecção ao crédito, ou oferta de manutenção.

Para os clientes empresariais existem campanhas para as viaturas enquadráveis nos escalões de tributação autónoma: não só os eléctricos e híbridos plug-in (e-tron, A6 TFSIe e Q5 TFSIe), mas também as motorizações a gasóleo dos modelos A3 e o A4.

«A aceitação do novo A3 tem sido muito interessante, é um modelo com um carácter mais desportivo que o anterior, para além de ter mais tecnologia (motores mild hybrid, faróis LED, sistema de infoentretenimento com ecrã táctil, entre outros). No caso dos modelos mais vocacionados para frotas, o sucesso tem sido elevado, tendo em conta a gama disponível, que se enquadra nos diferentes escalões de tributação», sublinha.

Como na maioria das marcas premium, as vendas a clientes empresariais são a fatia mais representativa das vendas da Audi, representando mais de 75% (não há uma variação significativa face aos últimos anos). O canal de frotas é o principal consumidor de viaturas eléctricas e híbridas plug-in, devido essencialmente às vantagens fiscais que as empresas beneficiam. «Os modelos e-tron, Q5 e A6 enquadram-se nos limites fiscais, o que permite potenciar as vendas. A nossa performance neste tipo de cliente tem sido acima da média, em particular no Q5 e no e-tron.»

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