ISAG: e-Commerce. Estamos online, e agora?

O crescimento exponencial dos negócios online (e-Commerce), estratégia adoptada pelas empresas para contornar os constrangimentos provocados pela pandemia de Covid- 19, reforça aquilo que sabíamos há vários anos: o digital não é apenas uma tendência, mas antes uma necessária adaptação a um mercado cada vez mais conectado. A simplificação do acesso a plataformas de venda online e a disponibilização destes serviços de forma gratuita e intuitiva (como é exemplo a criação do Facebook Shops para apoiar os cerca de 160 milhões de pequenas e médias empresas que já utilizavam a rede social) contribuíram para a rápida propagação das marcas no mundo digital.

Estar online passou a ser obrigatório e, em muitos casos, uma questão de sobrevivência. Dados recentes da Kantar (Abril, 2020), líder global em dados, insights e consultoria, afirmam mesmo que uma eventual ausência das marcas durante um período, por exemplo, de seis meses poderia resultar numa redução de 39% na sua notoriedade global, afectando fortemente a recuperação pós-pandemia. Não obstante, pelo receio de ficar para trás nesta corrida, muitas marcas acabaram por desdobrar-se em plataformas, canais e redes sociais de que, na realidade, não precisavam, ou que não se ajustavam à sua estratégia comercial e, por conseguinte, aos seus consumidores.

A fraca estratégia de muitas marcas para o universo digital tornou ainda mais evidente a falta de formação dos seus profissionais – e os primeiros sinais não tardaram a fazer-se sentir com os fracos resultados nas vendas. Surgia, então, a questão: se já estou online, por que razão não estou a conseguir vender? A resposta é simples: porque, provavelmente, não estão a ser usadas as ferramentas correctas do ponto de vista do Marketing Digital.

Uma boa estratégia online deve ser capaz de garantir três resultados: o alcance das mensagens, o tráfego entre plataformas (quantas pessoas chegaram, por exemplo, até à loja online através das redes sociais, anúncios ou pesquisa orgânica) e o “engagement” que, por outras palavras, representa o compromisso de um potencial cliente com a marca e a sua posterior fidelização. Por forma a atingir estes objectivos e a combiná-los, a principal tendência tem sido apostar em campanhas de relacionamento ou no Inbound Marketing.

A criação de uma estratégia online pode ser um trabalho complexo e, muitas vezes, frustrante. Devido à diversidade dos canais disponíveis, nem sempre é possível atingir os objectivos e resultados nas primeiras tentativas. É necessário ter uma consciência e conhecimento da nossa marca e dos produtos, conhecer ao pormenor os nossos consumidores e saber ouvi-los e, por fim, promover uma boa experiência de compra para garantir a sua fidelização.

No que ao digital diz respeito, a formação especializada tornar-se-á cada vez mais fulcral para o domínio das ferramentas disponíveis e para o seu manuseamento eficiente, de forma a destacar tanto os profissionais como as marcas que as empreguem.

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