Vila Galé: Impacto transatlântico

Desde a sua génese, a Vila Galé enquadra a sustentabilidade e a responsabilidade social na sua estratégia, tornando-os autênticos pilares da sua forma de estar e actuar enquanto empresa orientada pelo respeito social, pelo equilíbrio económico e pela consideração pelos ecossistemas.

Com efeito, esta tem sido uma aposta crescente da cadeia hoteleira portuguesa, intensificada sobretudo ao longo da última década, e que continuará a ser central para garantir um futuro sustentável e socialmente responsável nos anos vindouros. Como? «Procurando tirar máximo partido das oportunidades tecnológicas que vão surgindo, testando novas soluções, consolidando a implementação de boas práticas, tendo modelos produtivos alicerçados na economia circular e trabalhando para alcançar as metas ambiciosas que pretendemos atingir», conforme explana Reinaldo Silhéu, director de Qualidade, Ambiente e Segurança do Grupo Vila Galé.

Começando pela área da sustentabilidade, o rol de acções e investimento levados a cabo pela Vila Galé é extenso e variado. Só desde o ano passado, o grupo hoteleiro concluiu a instalação de painéis fotovoltaicos em quatro das suas unidades em Portugal e o desenvolvimento de outro projecto desta natureza no Alentejo, com o intuito de “alimentar” a adega e o lagar onde são produzidos os vinhos e azeites da marca própria Santa Vitória e suprir as necessidades do Vila Galé Clube de Campo, em Beja.

Ainda em território nacional, a Vila Galé está neste momento a trabalhar no projecto de um “bairro solar” em Oeiras – onde fica localizada a nova sede do grupo –, com o objectivo de criar uma comunidade de energia renovável de produção local. «Fazemos um investimento contínuo na aquisição de energia verde e na redução da nossa pegada de carbono proveniente de combustíveis fósseis», sublinha Reinaldo Silhéu.

Já no Brasil, onde dispõe da maior rede de resorts local, incluindo dois eco resorts (veja caixa), a Vila Galé recorre já à utilização de energia limpa certificada, proveniente de fontes renováveis, nomeadamente energia eólica, solar, biomassa ou hídrica. Está ainda a avaliar a criação de duas centrais fotovoltaicas: uma no Vila Galé Alagoas, com abertura prevista para 2022, e outra no Vila Galé Touros, no Rio Grande do Norte.

«O meio ambiente, a qualidade, a segurança, a saúde, a segurança alimentar, a responsabilidade e o bem-estar sociais e a viabilidade económica são valores de um sistema integrado que norteia todo o funcionamento da Vila Galé. Por isso, vemos como prioridades a procura constante pela inovação e pela maior eficiência, a crescente aposta na utilização de energia limpa, a promoção da sustentabilidade ambiental e social e o apoio e envolvimento com as comunidades locais», frisa o director de Qualidade, Ambiente e Segurança do Grupo Vila Galé.

 

UM INVESTIMENTO CONTÍNUO

Além destes investimentos recentes, na área da sustentabilidade ambiental, a Vila Galé tem vindo a realizar um trabalho constante no sentido de consolidar outras áreas de intervenção, tais como:

  • Política plastic free: substituição de itens de plástico de utilização única e melhoria considerável na redução do resíduo plástico/hóspede, que foi de cerca de 5% no último ano;
  • Política paper free: desenvolvimento e aquisição de software e hardware e melhoria da rede Wi-Fi nos hotéis, permitindo que muita informação e acções administrativas passassem a ser executadas por via tecnológica, com uma consequente melhoria na redução do resíduo papel/hóspede, que foi de 7% no último ano;
  • Aquecimento: instalação de painéis solares em todos os projectos novos. Quando possível e viável, têm também sido instalados painéis solares para aquecimento das águas prediais e piscinas interiores, promovendo uma redução do consumo de gás na ordem dos 20% nestas unidades;
  • AVAC: instalação de sistemas de controlo centralizados dos equipamentos para aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC), o que permite controlar toda a climatização dos edifícios, assim como programar uma amplitude térmica consciente para todos os aparelhos;
  • Água: introdução de projectos de rega e reaproveitamento de águas, a par da instalação de unidades meteorológicas de controlo de rega, sistemas de rega integralmente programada e de baixo consumo. E ainda implementação de sistemas de reaproveitamento de água dos backwash das piscinas para ser usada no sistema de rega e recurso a sistemas de aproveitamento das águas da chuva para rega;
  • Mobilidade eléctrica: instalação de postos de carregamento eléctrico nos hotéis do grupo;
  • Resíduos: instalação de ilhas ecológicas para clientes e colaboradores, o que permite uma triagem de todos os resíduos.

Além disso, a Vila Galé procura evitar ao máximo o desperdício nas várias áreas, desde o consumo de energia e água, ao alimentar ou de matérias-primas e outros recursos materiais. «Isso passa por existir um planeamento muito detalhado das necessidades de aprovisionamento e de abastecimento, reduzindo a hipótese de gerar desperdício logo à partida, mas também pela sensibilização de colaboradores, clientes e parceiros», sublinha Reinaldo Silhéu.

Tendo em conta os investimentos previstos, a Vila Galé estabelece ainda como objectivo reduzir o consumo energético em cerca de 2% nos próximos anos. «Com a introdução de cada vez mais tecnologia e de boas práticas, conseguimos ir aproximando- nos das nossas metas, que passam sobretudo por usar equipamentos cada vez mais eficientes, formar continuamente os colaboradores sobre as melhores práticas, assim como partilhar informação com os nossos clientes sobre como todos podemos contribuir para gerar uma menor pegada», reforça o responsável.

 

DESPERTAR CONSCIÊNCIAS

A comunicação tem sido um eixo fundamental para sensibilizar os colaboradores e clientes da Vila Galé em torno destes temas. Desde logo, nos próprios hotéis, onde dá visibilidade a materiais específicos sobre acções de sustentabilidade, mas também nas redes sociais do grupo, através de newsletters ou da comunicação interna direccionada aos colaboradores. «Por exemplo, convidamos os nossos colaboradores e clientes a participarem em acções ligadas ao meio ambiente, como limpeza de praias ou de zonas verdes. Também incentivamos os nossos hóspedes a contribuir para a sustentabilidade, através da poupança de água e energia, consciencializando-os para as medidas existentes nos hotéis, incluindo aos mais novos», adianta Reinaldo Silhéu. Neste âmbito, também as personagens da família NEP (a mascote dos kids clubs da Vila Galé) assumem um papel importante na promoção de uma estada mais amiga do ambiente. A Vila Galé é ainda parceira activa em vários estudos e trabalhos científicos, que visam medir e projectar optimizações, tanto ao nível dos edifícios, como dos comportamentos de laboração e de gestão.

 

ENVOLVER CLIENTES E COLABORADORES

Na área da responsabilidade social corporativa, são também várias as iniciativas que a Vila Galé tem vindo a promover junto das comunidades onde se enquadra. É o caso da iniciativa VG Solidária, que inclui doações de refeições e bens, donativos anuais – por cada questionário de satisfação preenchido pelos clientes, a cadeia hoteleira doa 50 cêntimos a uma associação – e a participação em acções da economia social.

O grupo português trabalha com mais de 50 instituições do terceiro sector, ONG e IPSS ligadas, por exemplo, ao apoio escolar e às crianças ou à terceira idade, seja através de apoio monetário ou do fornecimento de bens e serviços. Na componente cultural, sempre que possível, mantém actividades de exposição e comércio dentro das suas unidades hoteleiras, que dão visibilidade a artistas locais, como pintores ou escultores.

Neste campo, uma das preocupações da Vila Galé passa por envolver os seus colaboradores nas acções realizadas junto das diferentes instituições apoiadas. «Procuramos que haja um verdadeiro envolvimento dos colaboradores da Vila Galé nas acções de sustentabilidade e de responsabilidade social. Por exemplo, a escolha das instituições a apoiar é feita pelas equipas de cada hotel. Por outro lado, isso inclui também a formação contínua a nível de boas práticas ambientais, gestão de resíduos ou gestão energética, de modo a que estejam sempre actualizados e conscientes de que são essenciais para o sucesso dos projectos e metas existentes, contribuindo para um bem maior», refere Reinaldo Silhéu.

De acordo com o responsável, a Vila Galé irá manter o investimento na área da sustentabilidade e responsabilidade social, até porque o compromisso do grupo é com o futuro. «Trabalhar a sustentabilidade e responsabilidade social tem como principal retorno o estarmos a contribuir para cuidar do bem comum e para garantir um futuro melhor. É essa a nossa visão enquanto empresa responsável e consciente e é também essa a mensagem que recebemos através dos nossos clientes, que estão cada vez mais preocupados com estes temas e empenhados em contribuir para a sustentabilidade, para a redução das alterações climáticas ou para o cuidado ambiental, surgindo novos modos de vida e de viajar mais verdes e preocupados em a redução das pegadas», conclui.

 

BOAS PRÁTICAS CERTIFICADAS

Em 2009, a Vila Galé recebeu a primeira certificação energética num dos seus hotéis. Hoje, o grupo conta no seu portefólio com um eco hotel (Vila Galé Albacora, em Tavira) e dois eco resorts (Vila Galé Eco Resort do Cabo e Vila Galé Eco Resort de Angra, ambos no Brasil). Além disso, o grupo tem recebido algumas distinções e galardões na área da sustentabilidade, como é o caso da certificação Lidera, que distingue empreendimentos com melhor desempenho ambiental; o galardão internacional Chave Verde, atribuído a projectos conscientes e com boas práticas ambientais; a participação no programa Hospes da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, que distingue acções de responsabilidade social e sustentabilidade ambiental através dos selos “we care” e “we share”, respectivamente; ou, mais recentemente, o selo verde do projecto SejaEI – Seja Ecologicamente Inteligente, no Brasil, que identifica entidades ecologicamente conscientes.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 305) da Marketeer.

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