Castelbel: A que cheira o Porto?
No âmbito do 10.º aniversário da marca “Porto.”, o Município do Porto lançou um desafio: descobrir como os portuenses e aqueles que visitam, trabalham e investem na cidade do Porto definem sensorialmente a marca “Porto.”.
Nesse sentido, se o Porto fosse um sabor, a que saberia? Se fosse um som, como soaria? Se fosse uma textura, como seria? Se fosse uma imagem, qual seria? E se fosse um aroma, a que cheiraria? A Castelbel foi a empresa convidada para representar a resposta à questão “a que cheira o Porto?”. Baseada em Castêlo da Maia, a marca foi fundada há 25 anos por Aquiles Barros e assume, hoje, um posicionamento bem demarcado, tendo sido considerada pelo Município do Porto como inovadora e propulsora do crescimento da cidade, e com capacidade para materializar em produtos os resultados deste estudo levado a cabo pela marca “Porto.”.
«Consideramos este convite com gratidão e como sinal do reconhecimento do trabalho que temos vindo a fazer ao longo dos 25 anos da Castelbel. O tema Porto esteve sempre presente, desde o conceito à escolha do aroma e à comunicação», avançou a equipa da marca, acrescentando que «este projecto fez-nos reviver as nossas origens e é um convite para uma viagem muito inspiradora».
QUE AROMA DEFINE O PORTO?
A partir de um estudo feito online, no qual todos os interessados podiam interagir e responder, as respostas de mais de 1500 pessoas ajudaram a definir a cidade com base nos cinco sentidos: olfacto, paladar, visão, audição e tacto.
Com base nas suas respostas, tratadas estatisticamente, o Porto ganhou uma caracterização sensorial, e as marcas convidadas teriam como grande missão materializar essas ideias em novos produtos.
Assim, e tendo em conta as respostas surpreendentes dos inquiridos, o Porto cheira a uva, camélia e, sobretudo, a maresia. E a Castelbel tem algo a dizer sobre isso. «Porto é maresia, vinho, camélias e muito mais. A região Norte é rica em natureza, produtos alimentares de muita qualidade (como o azeite, entre outros). Mas vinho, maresia e camélias são, de facto, pilares fortes da região», confessa a Castelbel.
Como seria, então, criar sabonetes com estes aromas? A mesma equipa responde: «No nosso portefólio temos já um sabonete com aroma de uva e frutos vermelhos, que pertence à linha inspirada no vinho do Porto, a Ruby Red. Contámos também com um sabonete com aroma de camélia, uma criação que é um tributo ao Porto. Ou seja, dois em três! Embora inesperada para nós, a escolha da maresia revela-se perfeitamente natural – afinal, que aroma poderia capturar melhor a verdadeira essência do Porto?», admite a empresa de Castêlo da Maia.
Assim, com aromas tão especiais, como terá sido encarada esta tarefa de lhes dar vida em forma de sabonetes? Desafiante ou altamente estimulante? «Estando o Porto já muito incorporado na cultura da Castelbel, foi como uma nova viagem ao nosso próprio trabalho e enquadrar o melhor possível com a marca “Porto.”. Começámos por revisitar a nossa biblioteca de aromas, e escolhemos os que nos parecem representar melhor a cidade. Trabalhámos a imagem, procurando um design muito genuíno e com atenção aos detalhes», esclarecem.
NOVA CAMPANHA COLECTIVA
Através deste projecto lançado pela marca “Porto.”, a Castelbel irá, então, apresentar três sabonetes individuais, com cheiro a camélia, vinho e maresia, coleccionáveis e cada um com o seu design original.
Estimulados a encontrar novos aromas para representar a sua região, a carismática marca de sabonetes do Norte admite que o espírito do Porto também está muito presente na sua forma de trabalhar. No entanto, esta é a primeira vez que trabalham para a “Porto.” – a marca gráfica da cidade do Porto, criada em 2014 para representar a identidade corporativa da autarquia e das suas empresas municipais – numa iniciativa que poderá inspirar novos desafios na Castelbel. «Este projecto vai, com certeza, inspirar ou convidar a estender a outros produtos e representar a região com outras linhas», referem.
Nesta iniciativa de comemoração dos 10 anos da “Porto.”, a Castelbel vai estar ao lado de outras marcas icónicas da cidade Invicta, como a Arcadia, Casa da Música, joalharia Mesh e FC Porto, todas convidadas para representar sensorialmente o Porto, nomeadamente no sabor, som, textura e imagem, respectivamente.
A parceria terá uma campanha de comunicação com mupis físicos e digitais, assim como uma presença forte nas redes sociais. Para a Castelbel, esta acção poderá, igualmente, contribuir para a comunicação e percepção da marca, uma vez que «muitas pessoas que visitam a cidade acreditam que a Castelbel é uma marca estrangeira, pelo que acreditamos que, com esta associação, iremos reforçar a nossa identidade ». Aliás, o nome da insígnia, para quem ainda não sabe, é «a combinação das palavras Castêlo da Maia (cidade onde está a nossa fábrica) e Beleza».
Nos mupis distribuídos pela cidade, a Castelbel estará representada por uma imagem que vale certamente mais do que mil palavras. Um sabonete a ser cunhado é uma das fases de produção dos perfumados sabonetes e uma das mais marcantes quando se visita a fábrica. O molde ainda hoje é criado pela mesma pessoa, que o concebe com toda a sua mestria, conhecimento e amor que tem à marca, em parceria com o departamento de design: «Sendo o espírito do Porto uma das bases da nossa filosofia, optámos por ir “à base” de todo o nosso processo de fábrica e mostrar a primeira etapa de cada trabalho: o cunho. Antes de embalar, o sabonete é cunhado numa oficina, pelas mãos do nosso artesão, o Sr. Vítor. O objectivo é mostrar a entrega e artesanalidade do nosso processo. O cunho do sabonete também é encarado como parte integrante do processo criativo de design, sendo o resultado do trabalho do artesão e da equipa de design», sublinha a marca.
A campanha de aniversário, além de mostrar a associação destas marcas aos sentidos que definem a marca “Porto.”, irá anunciar um dos momentos mais importantes da iniciativa – a exposição imersiva e sensorial que terá lugar no edifício dos Passos do Concelho, sede do Município do Porto, de 2 de Dezembro a 7 de Janeiro. E porque o segredo é a alma do negócio, vai ser mesmo preciso ir até lá para saber o que se vai passar e, acima de tudo, sentir: «Não podemos revelar muito ainda, mas o nosso objectivo será dar a sentir a complexidade sensorial, de aromas, design, textura e emoção.»
A boa notícia é que estes novos sabonetes irão estar, numa fase inicial, à venda nas lojas Castelbel do Shopping Cidade do Porto e no Palácio das Artes, a partir de 2 de Dezembro. «A seu tempo iremos estender a outras regiões do País e mercado internacional. A Castelbel é de Castêlo da Maia, do Porto e de Portugal, e faz todo o sentido dar a conhecer lá fora também.»
25 ANOS DE HISTÓRIA E DE AMOR À MARCA
Corria o ano de 1999 quando Aquiles Barros, professor de Química na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, foi desafiado a criar uma unidade fabril que iria fabricar sabonetes perfumados de luxo para uma marca americana. Em 2000, a Castelbel começou a produzir, com apenas seis trabalhadores. A produção de produtos perfumados para o corpo e para a casa de marca própria começou em 2006 e, no ano de 2007, juntou-se a marca premium Portus Cale. Estão, actualmente, em 60 países e, agora, são mais de 200 colaboradores, atravessando e juntando diversas gerações e famílias.
Muita coisa foi mudando ao longo dos anos, menos o embalamento manual que, ainda hoje, caracteriza a marca e sobretudo o amor que todos depositam nos produtos Castelbel: «O amor e a paixão pelo que fazemos, com quem fazemos e para quem fazemos continua a ser o principal ingrediente da Castelbel. Desenvolvemos os nossos produtos com dedicação e com o objectivo de contribuir para o bem-estar e harmonia da nossa equipa e dos nossos clientes», partilha a equipa.
Nesse sentido, esta iniciativa com a “Porto.” é mais uma forma de celebração deste quarto de século da história da marca. «O convite e oportunidade de estar ao lado de marcas tão fortes, e ajudar a expressar o Porto a todos os cidadãos e visitantes é uma honra para a Castelbel. É uma coincidência ser no ano de celebração dos 25 anos e uma motivação para continuarmos a investir no nosso trabalho e acreditar na diferença que temos feito e no que ainda podemos fazer.»
O fundador da Castelbel era conhecido pelo seu positivismo, mas como ser optimista num mundo tão desconcertante? «O eng. Aquiles Barros deixou raízes muito fortes na cultura da Castelbel, que permanecem com a equipa e que irão ficar por muito tempo. Não é fácil ser optimista num mundo com tanta perda de valores humanos. Não sabemos se será a marca da Castelbel que fará a diferença, mas as empresas são claramente uma oportunidade para criar, à sua pequena ou grande escala, o “seu pequeno mundo” e motivar uma cultura que desafie o que ainda é desconcertante», reflecte a equipa.
No final, são as pessoas que fazem a diferença e as empresas acabam por ser pequenas escolas e comunidades onde se passa a maioria do tempo. Como empresa portuguesa, com presença internacional, a Castelbel é intemporal, é optimista pelas suas raízes e simboliza espírito de sacrifício e de trabalho. «Fazemos produtos que proporcionam bem-estar, conforto e desafiam os sentidos. De alguma forma, já estamos a desafiar o que ainda é desconcertante», rematam.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Especial Natal”, publicado na edição de Novembro (n.º 340) da Marketeer.