Avon recusa proposta de compra de 7,5 mil milhões de euros
Esta poderá ser a maior operação do ano, no sector cosmético. Um terreno que tem sido trabalhado a poucas mãos e onde gigantes como L’Oréal e Estée Lauder chamam a si grande parte do mercado. Mas desta vez o protagonismo é reclamado pela Avon, marca especializada em venda de maquilhagem por catálogo, que voltou a rejeitar ontem a oferta de compra feita pela sua concorrente americana Coty. A proposta chegou as 10 mil milhões de dólares (mais de 7,5 mil milhões de euros), que valoriza cada acção da Avon em 23,25 dólares, noticia o espanhol Cinco Diás. Há cerca de um mês a Coty oferecia 22,25 dólares por título.
A insígnia de vendas por catálogo classificou a oferta da Coty de “oportunista”, acusando-a de “não beneficiar o melhor interesse dos accionistas”, asseverou em comunicado.
A proposta da Coty supõe um prémio de 20% sobre o valor dos títulos da Avon, aquando do seu fecho na passada sexta-feira (19,36 dólares por título). Os analistas consideram que, com esta recusa, a Avon pretende, na verdade, melhorar a oferta.
A proposta da Coty, refere a Avon, “não reflecte o valor fundamental da Avon e da sua franquia global em cuidades de beleza”. “Não constitui uma oferta real”, continua a marca. Os analistas consultados pela agência Bloomberg não partilham, no entanto, esta opinião. Eles defendem que o negócio da Avon se deteriorou nos últimos anos devido à estratégia comercial agressiva de grandes empresas de cosmética, que reduziram os seus preços e reforçaram a sua presença em mercados emergentes.
A Coty quer aproveitar para lançar mão ao mercado de venda directa. Um mercado onde os seus concorrentes ainda não se encontram e onde poderia introduzir as suas marcas de perfumaria, que vão desde a gama alta com nomes como Calvin Klein e Marc Jacobs, passando pela maquilhagem Lancaster e pelos perfumes de David Beckham e Jennifer López, os quais licencia.