Assédio sexual, segurança pessoal e privacidade preocupam consumidores em relação ao metaverso

Um novo estudo do Capgemini Research Institute, intitulado “Total Immersion: How Immersive Experiences and the Metaverse Benefit Customer Experience and Operations”, revela que 77% dos consumidores espera que as experiências imersivas impactem a forma como interage com as outras pessoas, as marcas e os serviços.

Os dados demonstram também que sete em cada dez empresas acreditam que estas serão um factor diferenciador fundamental nos seus mercados, particularmente no que diz respeito à experiência do cliente. Além disso, três quartos dos inquiridos pelo estudo no grupo dos consumidores que já experimentaram o metaverso, revelaram que o estão a usar actualmente e que continuarão a fazê-lo, o que indica que há oportunidades para as empresas que souberem tirar partido do potencial das tão famosas experiências imersivas.

Em Julho e Agosto de 2022, o Capgemini Research Institute inquiriu oito mil consumidores e mil empresas em 12 países para compreender como os potenciais consumidores e as empresas encaram as experiências imersivas e o metaverso que estão acessíveis a partir dos telemóveis, dos browsers e de outros dispositivos de realidade virtual e/ou aumentada.

O estudo conclui que, o verdadeiro “metaverso” descentralizado, baseado em tecnologia blockchain, ainda está em desenvolvimento, mas que as empresas já estão a tirar partido das oportunidades de valorização que estas tecnologias oferecem.

«Começamos a ver por parte das empresas uma abordagem mais cuidada e variada às experiências imersivas, e mais concretamente em relação ao metaverso», refere, em comunicado, Charlton Monsanto, global Immersive Experiences Offer leader da Capgemini. «Este estudo vem corroborar a ideia de que, apesar do interesse dos consumidores e dos investimentos iniciais já levados a cabo pelos principais actores do mercado, é necessário tempo para estudar os verdadeiros desafios envolvidos e que as empresas têm de resolver a nível da ergonomia, da acessibilidade, da segurança e da privacidade.»

De acordo com os dados, os consumidores estão intrigados com as perspectivas oferecidas pelas experiências imersivas e pelo metaverso, e gostariam de usar o universo digital principalmente como um local para interagirem com a sua família, com os amigos (43%) e até mesmo com os seus colegas (39%).

Relativamente às marcas com as quais os consumidores estariam mais interessados em interagir, os inquiridos revelam que são as dos sectores do retalho (78%) e dos produtos de consumo (77%), ou seja, a sua utilização tem como intuito melhorar as suas experiências de compra ou de experimentação de produtos tais como os automóveis, o mobiliário e os dispositivos electrónicos

A par da forte curiosidade sobre o metaverso existem as preocupações com a própria tecnologia. Com base na análise de mais de 180 mil conversas nas redes sociais, o estudo concluiu que os consumidores estão muito preocupados com o assédio sexual, a segurança pessoal e com as questões de privacidade.

Considerando que o metaverso é uma rede de mundos virtuais, a segurança e os aspectos éticos serão importantes para que se estabeleça o sentido de comunidade. Seja nos casos de utilização junto dos consumidores ou dos trabalhadores/locais de trabalho, as marcas terão de resolver estas preocupações antes de criarem e implementarem os seus espaços virtuais, e têm de encontrar uma forma de os regular, equilibrando simultaneamente privacidade e segurança.

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