Ansiedade e solidão: as novas motivações dos consumidores
Os próximos 18 a 24 meses não serão fáceis. O white paper “The Value Shift” do WGSN, autoridade global dedicada a tendências de consumo e design, revela que a resiliência e o planeamento serão essenciais para os negócios de todos os pontos do Planeta. Contudo, não é possível delinear estratégias sem saber o que mudou nos públicos-alvo.
Em traços gerais, são cinco as novas motivações dos consumidores:
1 – Ansiedade financeira. O clima económico e os possíveis cortes nos rendimentos vão fazer com que os consumidores alterem a lista de prioridades, bem como o conjunto de características que procuram num produto ou serviço. Nesse sentido, artigos com propósito e que perdurem no tempo serão privilegiados;
2 – Preocupações com a saúde. O bem-estar já era um tema com interesse crescente, mesmo antes da pandemia, mas agora ganhou um novo impulso. A COVID-19 fez com que os consumidores tivessem medo e que se tornassem mais preocupados com a segurança do corpo e da mente;
3 – O Síndrome da Solidão. Tal como o bem-estar, também a solidão já era uma questão em cima da mesa antes da crise sanitária, alimentada pela transição do contacto físico para o digital. É expectável que o “quarantainment”, ou seja entretenimento associado à quarentena e ao lar, aumente no pós-pandemia, tornando-se o novo normal para várias gerações;
4 – Procura pela verdade. Segundo o WGSN, o coronavírus revelou a importância da verdade e da partilha de informações úteis e correctas. Por isso mesmo, manter os consumidores informados, oferecendo-lhes conteúdos nos quais possam confiar tornou-se mais crucial do que nunca para as marcas;
5 – Receios em relação à segurança. Além da pandemia de COVID-19, são muitas as batalhas que o Mundo enfrenta, nomeadamente movimentos cívicos e manifestações contra o racismo, por exemplo. Verifica-se, actualmente, um aumento do chamado “trauma colectivo”, que faz com que a casa seja ainda mais valorizada.
E como responder a estas cinco motivações? A WGSN dá alguns conselhos, sendo que todos eles têm em comum uma lógica de resiliência: adicionar valor, oferecer saúde, ganhar a confiança dos consumidores, promover o sentido de comunidade e garantir conforto.
«Existem múltiplas oportunidades e soluções para as marcas, desde formas de conquistar a lealdade em tempos económicos difíceis à crescente importância do bem-estar e dos produtos que acrescentam valor com propósito», comenta Bethan Ryder, Editorial director do WGSN.