Anacom dá “mais tempo” às famílias

AnacomA primeira fase do plano de “swictch-off” (desligamento) do sinal analógico de televisão, que vai incidir sobre a maior parte da faixa litoral, foi alargada até 23 de Fevereiro. A decisão visa «facilitar a monitorização do processo», informou Eduardo Cardadeiro, administrador da Anacom.

A primeira fase do “apagão” analógico devia ser operada, de uma só vez, na próxima quinta-feira (12 de Janeiro). No entanto, a Anacom comunicou, na passada sexta-feira, a decisão de repartir esse momento inaugural em cinco subfases. O anúncio mereceu hoje os esclarecimentos do administrador da entidade que regula o sector das comunicações electrónicas e postais em Portugal.

O alargamento visa, sobretudo, «facilitar a monitorização do processo». «Dada a dificuldade de acorrer a todos os casos [problemáticos] que possam surgir na sequência do desligamento, considerámos útil» o arrastamento da primeira fase por seis semanas, explicou Eduardo Cardadeiro, em conferência de imprensa na sede da Anacom, em Lisboa. Para além disso, «permite que as famílias que ainda não tenham migrado [para a TDT] tenham mais tempo para o fazer», acrescentou.

Apesar desta alteração, Cardadeiro alerta que a decisão não significa uma «redução da pressão nem da necessidade de mudar» para a Televisão Digital Terrestre (TDT), pedindo celeridade aos portugueses na transição para o novo sistema.

Os preços dos equipamentos complementares de TDT, que terão de ser adquiridos pelos residentes em zonas sem cobertura por via terrestre para descodificar o sinal de satélite, tem também gerado muita polémica. Apesar das famílias mais carenciadas beneficiarem de um subsídio de 50%, o custo dos equipamentos (20 euros) aliado ao custo da instalação (61 euros) fica, mesmo nestes casos, no mínimo por 81 euros, um valor ainda muito acima do preço dos descodificadores normais. Este é o “custo possível”, garantiu Eduardo Cardadeiro, lembrando que “não está nas nossas mãos [Anacom] poder evitar que esse custo seja suportado pelas famílias”. Além disso, acrescentou, «apenas cerca de 120 mil famílias terão a necessidade de recorrer a este sistema», disse.

 

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