AHRESP fala em “tempestade perfeita” que ameaça empresas do sector
O “aumento galopante dos preços dos combustíveis e da energia” tem levado a um aumento dos custos das matérias-primas, sobretudo as alimentares, o que coloca em risco a viabilidade de muitas empresas da área da restauração e alojamento turístico. O alerta é da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, que pede acção do Governo para mitigar estes efeitos e apoiar as empresas.
De acordo com a associação, os aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis e de energia “já estão a provocar um brutal aumento da inflação das matérias-primas”. De resto, em Janeiro registou-se a maior taxa de variação no Índice de Preços ao Consumidor (3,3% a nível global e 3,7% na classe dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas), “a mais elevada desde Fevereiro de 2012.”
“A este contexto económico desfavorável acrescenta-se a pressão, que já se faz sentir, para a subida das taxas de juro, o que, a ocorrer no curto prazo, terá um impacto arrasador nas nossas empresas, que não terão qualquer capacidade de cumprir”, explana a AHRESP. E acrescenta: “Todos estes ‘ingredientes explosivos’ podem conduzir as empresas e a economia nacional para uma ‘tempestade perfeita’, colocando em causa a viabilidade dos negócios e o emprego.”
Ainda de acordo com a associação, após dois anos de crise pandémica, com fortes consequências para o sector, é “prioritário o reforço da competitividade das empresas”, ainda antes do período da época alta, com especial incisão para o “fortalecimento dos capitais próprios, das tesourarias e da confiança dos consumidores”. “A AHRESP considera, por isso, fundamental que o Governo tenha um olhar especialmente atento a esta conjuntura económica muito preocupante, e que crie um plano de acção que permita apoiar as empresas nesta fase crítica de saída de uma pandemia, que foi assoladora para toda a economia nacional”, conclui.