Activistas pedem à Coca-Cola (e não só) que retirem o apoio ao Jogos de Inverno 2022

A tocha já foi acesa e os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 já arrancaram em Pequim, na China. Contudo, nem tudo são luzes e fogo de artifício no que toca a este evento, especialmente se se falar em “violação dos direitos humanos” e é precisamente para este tema que alguns activistas querem chamar a atenção ao pedirem aos patrocinadores oficiais – marcas como a Coca-Cola, Airbnb, Omega ou Procter & Gamble – que retirem o seu apoio.

Com um investimento estimado de 100 milhões de dólares por cada marca, o cartaz oficial das olimpíadas de Inverno conta com diversos nomes conhecidos dos consumidores um pouco por todo o mundo e, tendo em conta que, de acordo com a Time, cerca de três milhões de pessoas pertencentes às minorias Uyghur e Kazakh estão neste momento detidas em campos de concentração na China, o pedido é que as empresas que mais poder detêm façam alguma coisa.

Quando questionados pela Time sobre as suas estratégias publicitárias para este evento, assim sobre como a questão dos direitos humanas, os principais patrocinadores – Coca-Cola, Procter & Gamble, Airbnb, Allianz, Atos, Toyota, Samsgung, Visa, Omega, Alibaba, Intel, Bridgestone, General Electric e Dow – mantiveram o silêncio, com a excepção da Omega e da Airbnb.

A primeira enviou para a redacção do órgão norte-americano uma cópia da campanha desenvolvida para o evento, cujo foco são as qualidades especiais dos atletas olímpicos, como a força de vontade e a união. No que toca aos direitos humanos referiu apenas que, na sua parceria de longa data com o Comité Olímpico Internacional (COI), sempre tiveram como princípio não se envolverem em assuntos políticos, “porque não contribuiria para a progressão da causa desportiva”, na qual o compromisso da empresa se baseia.

A Airbnb, por sua vez, que se estreia no patrocínio dos Jogos Olímpicos, salienta que não tem intenções de lançar qualquer tipo de campanha com foco na competição a decorrer em Pequim. O CEO da empresa, Christopher Nutly, não justificou porquê, refere a Time, mencionando apenas que a parceria de nove anos entre a Airbnb e o COI é pensada “em torno do empoderamento económico dos atletas a nível individual”.

Já a Coca-Cola, embora não tenha emitido qualquer tipo de comunicado, não irá lançar, da mesma forma, campanhas centradas no evento desportivo.

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