Frio “congela” vendas da Coca-Cola

coca-cola_2A Coca-Cola anunciou hoje que o volume de vendas manteve-se praticamente estagnado no segundo trimestre, crescendo apenas 1% em relação ao período homólogo de 2012. O clima invulgarmente húmido, nesta altura do ano, em algumas regiões foi um dos factores que mais prejudicou as vendas da gigante do sector das bebidas.

Entre Abril e Junho, a Coca-Cola obteve um resultado líquido de 2,68 mil milhões de dólares (cerca de 2,04 mil milhões de euros), menos 4% em relação aos 2,79 mil milhões de dólares arrecadados no mesmo período do ano passado. Já as receitas globais da empresa, que detém quase 500 marcas no seu portefólio, entre as quais Coca-Cola, Fanta, Sprite e Powerade, recuaram 3%, para 12,75 mil milhões de dólares (9,69 mil milhões de euros).

A companhia atribuiu os resultados, que ficaram abaixo do esperado, a factores como a valorização do dólar, o clima invulgarmente frio e húmido em países como os EUA e a Índia, a deterioração do poder de compra dos consumidores europeus ou a crispação social no Brasil. «Houve uma junção de diversos factores que geralmente não ocorrem ao mesmo tempo», explicou Muhtar Kent, CEO da Coca-Cola, em conferência de imprensa. «O efeito portefólio do nosso negócio não funcionou a nosso favor neste caso», acrescentou, citado pelo The Wall Street Journal.

Por regiões, o volume de vendas caiu 1% na América do Norte, 4% na Europa e estagnou na China, mas subiu 2% na América Latina, 9% na Eurásia e África, e 2% na região do Pacífico. Mesmo no México, o país com maior consumo per capita de produtos da Coca-Cola, o volume de vendas subiu apenas 1%.

«Odeio utilizar a desculpa do tempo, mas em grande parte foi o tempo» que prejudicou as vendas da companhia, justificou, por sua vez, Gary Fayard, CFO da Coca-Cola, em entrevista ao canal televisivo CNBC. A companhia cita, por exemplo, a América do Norte, onde ao volume de vendas de bebidas com gás deslizou 4%, devido ao mau tempo nos EUA, onde o mês de Junho foi o mais húmido dos últimos 50 anos.

A Coca-Cola estima ainda que a valorização do dólar venha a ser responsável por um corte de 4% dos seus lucros operacionais este ano, contra a previsão anterior de 2%. A empresa tem operações em todos os países do mundo, excepto em Cuba e na Coreia do Norte, o que a torna mais vulnerável às flutuações cambiais.

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