O que tem Fernando Pessoa em comum com a Coca-Cola? Descubra o que liga a marca ao escritor

Fernando Pessoa e a Coca-Cola podem parecer mundos à parte, mas há um detalhe curioso que os une. Em 1927, o poeta português, na altura criativo na única agência de publicidade que então existia, a Hora, foi contratado para escrever um anúncio publicitário sobre a bebida.

Pessoa fê-lo de forma exímia, retendo em apenas quatro palavras a essência da Coca-Cola: “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Mas, em vez de a promover, o slogan acabou por afastar a Coca-Cola do mercado português durante décadas.

O primeiro adversário da marca em Portugal foi mesmo a censura. Esta frase, que se transformou numa expressão bem portuguesa, causou estranheza ao diretor de Saúde de António de Oliveira Salazar, o médico Ricardo Jorge. Para o médico, a bebida era uma espécie de droga, assumida desde logo no nome e na toxicidade que o slogan de Fernando Pessoa parecia evocar.

Foi então que a Coca-Cola foi proibida pela Justiça Portuguesa e pelo Estado Novo, entrando em Portugal apenas 50 anos depois, em 1977, já depois da revolução de Abril ter trazido a liberdade ao país como um valor absoluto.

Como revela o site da marca, foi “num café na Baixa de Lisboa que a 4 de julho de 1977 é vendida a primeira Coca-Cola”. Nesse mesmo ano foi “emitido o primeiro anúncio da Coca‑Cola em Portugal com o slogan ‘Coca‑Cola, a Tal'”.

Em 1978 foi inaugurada a fábrica em Azeitão, Setúbal, onde atualmente “são produzidas cerca de 90% das bebidas que chegam diariamente a todo o país”.

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