ANA | VINCI Airports: Reforçar a atractividade do destino Portugal

Em 2024, os aeroportos portugueses geridos pela ANA | VINCI Airports receberam mais de 69 milhões de passageiros, um novo recorde absoluto para o sector. Os resultados são o corolário da estratégia desenvolvida pela gestora aeroportuária nos últimos anos, em parceria com o Governo e os parceiros do sector do Turismo, para alargar a conectividade aérea do País. Só desde 2019, os aeroportos nacionais ganharam 105 novas rotas, aumentando a oferta para 827 ligações em 2024.

A conectividade aérea continuará a ser uma das prioridades da ANA | VINCI Airports em 2025, contribuindo para a redução da sazonalidade e na promoção de um Turismo mais sustentável e diversificado. A companhia está igualmente empenhada em dar continuidade ao plano de melhoria e desenvolvimento de várias infra-estruturas aeroportuárias, bem como na redução do impacte ambiental da sua actividade. Em entrevista à Marketeer, Karen Strougo, Chief Commercial Officer (CCO) da ANA | VINCI Airports, aborda os trabalhos em curso em todas estas vertentes.

Que balanço é que a ANA | VINCI Airports faz do ano de 2024 nos aeroportos nacionais?

A VINCI Airports é o maior grupo privado de gestão aeroportuária do mundo, operando mais de 70 aeroportos em 13 países. Com uma abordagem focada na eficiência operacional, desenvolvimento sustentável e expansão da conectividade, tem sido reconhecida internacionalmente pela sua capacidade de impulsionar o crescimento dos aeroportos sob sua gestão. Esta experiência global tem permitido não só melhorar a experiência dos passageiros, mas também fortalecer as ligações aéreas e dinamizar as economias locais.

Em Portugal, os resultados deste trabalho são visíveis. Desde 2019, os aeroportos portugueses ganharam 105 novas rotas, aumentando a oferta para 827 ligações em 2024, face às 722 existentes em 2019.

Em termos de tráfego, os aeroportos sob a gestão da ANA |VINCI Airports voltaram a bater recordes em 2024, consolidando o País como um dos mercados aéreos mais dinâmicos da Europa no período pós-pandemia. No total, mais de 69 milhões de passageiros passaram pelos aeroportos nacionais de Lisboa, Porto, Faro, Madeira, Ponta Delgada, Horta, Porto Santo, Flores, Santa Maria e Beja – um crescimento de 4% face ao recorde de 2023 e 17% acima dos números de 2019.

Este dinamismo é resultado de um trabalho conjunto e contínuo com todos os stakeholders do sector da aviação, governamentais, turismo e hotelaria. A ANA| VINCI Airports trabalha em parceria com companhias aéreas, prestadores de serviço, operadores turísticos, hoteleiros, lojistas, entidades oficiais e governamentais, nacionais e locais como agente impulsionador da conectividade aérea e do desenvolvimento económico do País.

Como compara a performance dos diferentes aeroportos?

Lisboa ultrapassou pela primeira vez os 35 milhões de passageiros, crescendo 4% em relação a 2023. Já o Porto, o segundo aeroporto mais movimentado, ficou muito próximo dos 16 milhões de passageiros, acumulando um crescimento expressivo de 22% desde 2019.

Nos arquipélagos, Ponta Delgada registou a maior subida percentual entre os seis aeroportos mais movimentados, com um aumento de 11% face a 2023 e 35% em relação a 2019. A Madeira registou um crescimento de 4,8% em relação a 2023 e de 50% desde 2019, confirmando a forte expansão do turismo nas ilhas. Já Faro, tradicionalmente associado ao turismo sazonal de Verão, teve o melhor Inverno de sempre, demonstrando o potencial crescente do Algarve como destino de viagem fora da época alta.

Com o aumento da procura, Portugal tornou-se o 9.º maior mercado aéreo da Europa em número de lugares disponíveis. Este crescimento deve-se a factores como a subida de 12% no turismo internacional em relação a 2019, o aumento de 77% no número de residentes estrangeiros no País e o dinamismo económico, que fez de Portugal a segunda economia de crescimento mais rápido da Europa.

O ano ficou marcado pelo início do plano de melhoria e desenvolvimento em vários aeroportos nacionais. Que continuidade será dada a este plano em 2025?

A ANA | VINCI Airports mantém o forte investimento nas infra-estruturas aeroportuárias sob sua gestão, incluindo 233 milhões de euros para o Aeroporto de Lisboa, cujas obras de melhoria incluirão 10 novas pontes de embarque e renovação profunda do terminal de passageiros, e 50 milhões de euros para a renovação da pista do Aeroporto do Porto. Estão ainda previstas a duplicação da capacidade do terminal do Porto Santo e a modernização dos terminais de Ponta Delgada e da Horta.

No Aeroporto Humberto Delgado – Lisboa, uma das principais intervenções em curso é a expansão do Terminal 1, com a construção do novo Pier Sul, que acrescentará 33 mil m² de área e será projectado para um elevado desempenho ambiental. Além disso, serão criadas 12 novas posições de estacionamento para aeronaves, 10 das quais estarão directamente ligadas ao terminal através de pontes telescópicas, permitindo maior eficiência no embarque e desembarque de passageiros. Também estão previstas a reformulação do Pier Central e a reorganização do Busgate Sul, com o objectivo de optimizar os fluxos operacionais e proporcionar uma experiência mais fluida aos passageiros.

No Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, o investimento em curso visa melhorar a segurança, a qualidade e o desempenho ambiental do aeroporto, garantindo capacidade para o crescimento futuro do tráfego. As obras arrancam a 31 de Julho e decorrerão durante 19 meses – a maior intervenção já realizada na pista deste aeroporto. A intervenção inclui a repavimentação total da pista 17-35 e o reforço estrutural, bem como ajustes na geometria e modernização da sinalização luminosa. Será também feita a substituição das luzes da pista por LED, aumentando a eficiência energética, e a renovação do sistema de drenagem, garantindo melhor desempenho operacional.

A ANA | VINCI Airports iniciou também a primeira fase das obras nos terminais dos aeroportos de Ponta Delgada e Horta, intervenções imediatas para melhoria da qualidade de serviço e conforto dos passageiros, num investimento de 18 milhões de euros. Nesta primeira fase, o foco será o desenvolvimento de melhorias nas áreas públicas, com intervenções nas fachadas exteriores, substituição de revestimentos (pavimentos, paredes e tectos), instalação de novo mobiliário, implementação de novas tecnologias e equipamentos no controlo de segurança, fronteira e portas de embarque, nova sinalização, colocação de iluminação LED, modernização de instalações sanitárias, entre outras acções menos visíveis que trarão modernidade, fluidez e conforto generalizado para quem nos visita.

Em termos de melhorias transversais, temos vindo a apostar na diversificação do conforto, acessibilidade e melhoria da experiência dos passageiros na sua jornada. Um dos exemplos vem do investimento na melhoria dos serviços premium, como o fast track, e o lançamento de uma nova plataforma de e-Commerce, que permite aos passageiros reservar estacionamento, lounge, fast track e até mesmo adquirir rent-a-car nas empresas licenciadas nos nossos aeroportos.

Que estratégia é que a ANA | VINCI Airports, em conjunto com o Governo e os parceiros do Turismo, delineou para o destino Portugal em 2025?

Temos vindo a trabalhar numa estratégia integrada para reforçar a atractividade de Portugal como destino de referência em 2025. O foco mantém-se no aumento da conectividade aérea, na redução da sazonalidade e na promoção de um Turismo mais sustentável e diversificado. As oportunidades passam pelo desenvolvimento de novas rotas estratégicas, a diversificação dos mercados emissores e a valorização de Portugal não apenas como um destino de lazer, mas também de negócios, desporto, cultura e gastronomia disponíveis todo o ano, em várias regiões.

Em termos de conectividade aérea, no Aeroporto do Porto, por exemplo, será inaugurada no Verão a ligação Porto-Boston, operada pela TAP Air Portugal, a Air Canada reforçará a conectividade com um novo voo entre Montreal e o Porto, e a Azul vai também adicionar o voo directo Porto-Recife. Com este crescimento, o Porto passa a contar com oito destinos intercontinentais, consolidando-se como um hub estratégico para ligações transatlânticas, além de várias ligações a Marrocos (voos curtos), nomeadamente a Marraquexe, Agadir e Casablanca.

Qual a estratégia para consolidar a conectividade nos mercados de valor acrescentado, como o norte-americano?

A capacidade de Portugal para a América do Norte cresceu significativamente, com um aumento de 61% nos lugares disponíveis em 2024 face a 2019. Todas as rotas operadas por companhias norte-americanas a partir de Lisboa estão agora disponíveis durante todo o ano. Em 2025, a United Airlines tornar-se-á a primeira companhia aérea norte-americana a operar em cinco aeroportos portugueses. Depois de mais de 20 anos de presença em Lisboa, começou a voar para o Porto em 2018 e para Ponta Delgada em 2022. Este ano, expandirá a sua presença com novas ligações para Faro e Madeira. Esta será a primeira ligação directa entre Faro e os EUA e a estreia de uma companhia aérea norte-americana na Madeira.

Quanto aos mercados e ao perfil dos passageiros, a evolução ao longo dos últimos anos revela um crescimento significativo de alguns mercados emissores menos tradicionais para Portugal. Entre 2023 e 2024, observámos crescimentos impressionantes em alguns desses mercados, como a Turquia, que registou um aumento de 34%, a Polónia e a Chéquia, ambas com 20%, e os EUA, que cresceram 17%. Se fizermos uma comparação com 2019, os números tornam-se ainda mais impressionantes: a Chéquia avançou 78%, a Turquia cresceu 61%, os EUA aumentaram 57% e a Polónia registou uma subida de 41%. Este aumento também se reflectiu no número de dormidas, com a Polónia a crescer 24%, os EUA 11,8% e a Chéquia a registar mais 7%.

Se olharmos para a evolução das faixas etárias dos passageiros, vemos também uma mudança interessante. Entre 2019 e 2024, a faixa etária dos 25 aos 34 anos aumentou significativamente, passando de 24% para 30% do total de passageiros, reflectindo uma maior procura por parte de um público mais jovem. Por outro lado, o segmento entre os 35 e os 44 anos registou uma diminuição, passando de 32% para 25%.

No que diz respeito aos motivos de viagem, o lazer continua a ser a principal razão para a visita a Portugal, embora tenha havido uma ligeira queda, passando de 60% em 2019 para 55% em 2024. As viagens de negócios, por sua vez, mantiveram- se estáveis, representando 15% do total de viagens.

E na área da sustentabilidade, que medidas permitirão melhorar o desempenho ambiental da empresa?

A ANA tem adoptado várias medidas para melhorar o seu desempenho ambiental, com foco em áreas-chave como a descarbonização, economia circular, protecção dos recursos naturais e sensibilização dos diversos stakeholders.

Na área da descarbonização e redução das emissões de carbono, a ANA tem como objectivo reduzir as suas emissões de carbono em 90% até 2030. Para alcançar esta meta, estão em curso diversas acções, incluindo a conversão da iluminação para LED, a renovação da sua frota, adquirindo veículos eléctricos e utilizando combustíveis renováveis, como o HVO (óleo vegetal hidrogenado), para as operações aeroportuárias e a produção de electricidade verde, com a instalação de painéis fotovoltaicos nos aeroportos.

Estas acções estão alinhadas com a acreditação ACA 4+ (Airport Carbon Accreditation) de toda a rede de aeroportos ANA – sendo Portugal o primeiro país do mundo em que tal aconteceu – e com a recente conquista de nível 5 de acreditação, o mais elevado do mundo, para três aeroportos da rede (Madeira, Ponta Delgada e Beja).

A ANA está também a adoptar práticas de economia circular, com a meta de zero resíduos enviados para aterro até 2030. Algumas acções incluem a triagem e reaproveitamento de materiais; com instalação de estações de triagem nos aeroportos para garantir a separação adequada e o reaproveitamento dos materiais recicláveis; e a valorização de resíduos, através de projectos como a reutilização de vegetação resultante dos cortes nas áreas operacionais para alimentação animal, que contribuem para a redução do impacte ambiental e a melhoria na gestão de resíduos.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Turismo”, publicado na edição de Fevereiro (n.º 343) da Marketeer.

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