Zuckerberg admite erros do Facebook no mobile

Na sua primeira apresentação pública desde a entrada do Facebook em bolsa, Mark Zuckerberg assumiu que a empresa cometeu alguns «erros» na sua estratégia no mercado dos dispositivos móveis, mas afirmou que esses passos em falso estão a ser corrigidos.

A aposta quase exclusiva em tecnologia HTML5, desenhada para permitir o funcionamento de aplicações em diferentes tipos de hardware, foi um dos «erros» citados por Mark Zuckerberg, durante a conferência TechCrunch Disrupt, que decorreu ontem em São Francisco, EUA. Segundo o fundador da rede social mais popular do mundo, citado pelo The Wall Street Journal, essa tecnologia inviabilizou que as aplicações do Facebook fossem tão sofisticadas quanto as aplicações desenvolvidas para dispositivos como o iPhone, da Apple.

Zuckerberg assegurou que o foco da empresa não está mais na tecnologia HTML5, mas antes no lançamento das chamadas aplicações móveis “nativas” que, alega, já estão a permitir uma maior interacção entre os utilizadores e a rede social. Esta é uma das medidas que a empresa está a adoptar para reforçar a sua presença no mercado móvel, o qual poderá, acredita Zuckerberg, vir a ser a sua pricipal fonte de rendimento, em termos de publicidade paga. «Há uma oportunidade enorme» no segmento mobile, refere o CEO do Facebook, ressalvando que «a questão agora é como chegar lá».

As declarações de Zuckerberg acerca da importância do mobile não são alheias ao facto de as acções da rede social já terem desvalorizado mais de 50% desde a oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa), o que obriga a empresa a procurar novas fontes de receita para convencer o mercado. Assumindo que a entrada em bolsa foi «desapontante», Zuckerberg afirmou que «nos próximos três a cinco anos a grande questão que vai estar na cabeça das pessoas», e que vai determinar a performance da empresa durante esse período, é a forma como a companhia se comportará no mobile.

O CEO do Facebook descartou ainda a possibilidade de a cotada norte-americana poder vir a lançar um smartphone de marca própria. Tal acção seria «claramente um erro estratégico», afirmou Zuckerberg. O responsável negou, desta forma, os rumores que davam conta de que a empresa poderia estar a preparar o lançamento de um smartphone no próximo ano.

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