Louis Vuitton leva o luxo aos Jogos Olímpicos com investimento de 150 milhões de euros
O grupo de moda de luxo LVMH apostou em grande medida nos Jogos Olímpicos (JO) de Paris. A questão que os especialistas colocam é: valerá a pena o retorno?
Talvez ainda não tenha reparado, mas as medalhas dos Jogos Olímpicos deste ano têm uma peça hexagonal de ferro forjado no centro. Trata-se de um pedaço da Torre Eiffel conservado após uma renovação do monumento. As medalhas, que foram desenhadas pela Chaumet, são apenas um exemplo da magnificência deste evento desportivo.
A equipa francesa, por exemplo, vestiu roupas Berluti na cerimónia de abertura dos JO, a 26 de Julho. Os lounges VIP foram abastecidos com vinhos de Moët Hennessy e até a tocha foi guardada num baú axadrezado da Louis Vuitton.
A LVMH não é apenas o “parceiro criativo” dos jogos de 2024, é também um dos seus maiores benfeitores, graças a um acordo de patrocínio que, segundo consta, vale 150 milhões de euros. Este valor representa um pouco mais de um décimo dos 1,2 mil milhões de euros de patrocínio total que se espera que os jogos recebam.
De acordo com a Ampere Analysis, uma empresa de investigação, trata-se de um aumento de 60% em relação ao montante angariado pelos jogos anteriores, em Tóquio.
À primeira vista, o envolvimento próximo da LVMH nos jogos pode parecer estranho. Tradicionalmente, as marcas de luxo que patrocinavam desportos limitavam-se a desportos com uma herança antiga. A Hermés na equitação ou a Rolex no ténis, por exemplo. No entanto, nos últimos anos, a LVMH tem alargado o seu leque de associações. Em 2020, a Louis Vuitton tornou-se patrocinadora da NBA e, em 2023, apoiou o Campeonato do Mundo de Rugby. E não é a única. No ano passado, a Prada, uma rival italiana, anunciou uma parceria com a equipa chinesa de futebol feminino.
Ao revelar o patrocínio da LVMH nos jogos, Bernard Arnault, o proprietário da empresa, elogiou os seus “valores de paixão, excelência e inclusão”.
Será difícil de avaliar se o investimento da empresa nos JO vai compensar, até porque medir o retorno destes patrocínios é complicado. Contudo, para a LVMH pode ser encarado mais como uma maratona, do que um sprint.