ASAE investiga Pingo Doce por possível prática de dumping

pingo_doce_interior1A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) está a investigar possível ilícito concorrencial na campanha de promoção realizada ontem pela cadeia de supermercados Pingo Doce.

Em pleno Dia do Trabalhador, a retalhista da Jerónimo Martins não só abriu as portas das 369 lojas no território nacional, como levou a cabo uma acção de promoção, na qual ofereceu um desconto de 50% a quem realizasse compras superiores a 100 euros. Resultado: os consumidores acorreram em massa às superfícies do Pingo Doce, onde se registaram tumultos e alguns incidentes que obrigaram, inclusive, a rede a antecipar o encerramento de algumas lojas das 20 horas para as 18 horas.

De acordo com o jornal Público, a ASAE já se encontra a investigar alegada prática ilegal de “dumping”, isto é, venda abaixo do preço de custo dos produtos ou venda com prejuízo, por parte da retalhista da Jerónimo Martins. «Nesta situação, como em todas as situações semelhantes, a ASAE está a fazer o seu trabalho e actuará dentro da sua competência se houver indícios de alguma prática ilícita», adiantou fonte oficial do Ministério da Economia, que tutela a autoridade pública, citada pelo Público.

Apesar de não ter sido anunciada previamente nos meios de comunicação social, a campanha de promoção do Pingo Doce gerou uma autêntica corrida aos supermercados do Grupo, espalhando o caos generalizado nas superfícies. Em alguns casos mais extremos, conflitos entre consumidores obrigaram à intervenção da polícia, como ocorreu em Almada, na Quinta do Mocho, em Loures, e na Rua Carlos Mardel, em Lisboa.

A afluência foi tanta que algumas lojas fecharam temporariamente a meio do dia para repor alguns produtos. Outras encerraram mesmo mais cedo.

Já na passada segunda-feira a Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio e Serviços (FEPCES) havia contestado a decisão das empresas da grande distribuição em abrir portas no feriado 1º de Maio, quando os sindicatos haviam emitido um pré-aviso de paralisação para aquele dia. De acordo com a entidade, citada pelo Publico, os funcionários do Pingo Doce e do Continente, detido pela Sonae, foram “ameaçados pelas chefias com faltas injustificadas” caso não comparecessem ao trabalho. Também o Grupo Auchan, dono dos hipermercados Jumbo e Pão de Açúcar, abriu as portas das suas lojas pela primeira vez desde 1970.

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