25 anos depois…
Em 2021 celebro 25 anos de grupo (… e não, não foi o meu 1º., nem 2.º, nem 3.º emprego…) numa casa onde tenho tido o privilégio de ter desafios constantes, viver intensamente o negócio, as suas marcas, a sua história e o seu sucesso (ex: TMN, Uzo, Moche, PT Comunicações, Sapo, MEO, Altice…). Assim, foi com surpresa e grande orgulho que recebi a distinção de Marketeer do Ano, que muito agradeço ao Ricardo Florêncio, à Maria João Vieira Pinto, bem como a toda a equipa da Marketeer e, claro, aos conselheiros da Marketeer, com quem tenho partilhado experiências e aprendizagens ao longo destes últimos anos.
Estes 25 anos são também o mote à reflexão sobre o que já vivemos e experienciamos, mas também aos trends de modernidade com os quais, apesar de já convivermos de alguma forma, ainda não nos conseguimos ajustar, nem tão-pouco ter respostas definitivas.
Partilho aqui três temas que me parecem incontornáveis para o nosso futuro e que carecem de reflexão e estratégia:
1. A evolução da tecnologia e o acesso tendencialmente global à internet e às ligações de alto débito. Estamos ainda longe de capturar todo o potencial da tecnologia, não apenas pelo facto de a todos nos ligar, mas também de nos fazer evoluir na forma e no conhecimento.
A acessibilidade da conectividade de alto débito, seja a fibra ou o 5G, não só promoverá a economia, como criará as condições para o despontar de novas formas de comunicação, que influenciarão as relações entre pessoas e o desenvolvimento de novos “skills” sociais.
2. A sustentabilidade, não apenas como atitude que visa proteger o planeta e o meio ambiente, mas também como mantra de formação social que promova os valores do respeito e da tolerância, da não discriminação, do consumo consciente de recursos e da adopção de práticas alimentares saudáveis.
A adopção colectiva das práticas sustentáveis promovidas pela ONU, e vertidas nos 17 ODS divididos em três áreas, a social, a económica e a ambiental, visa erradicar todas as formas de pobreza, combater desigualdades e as alterações climáticas. Todos estamos convocados a dar o nosso contributo para esta missão, seja a nível do indivíduo ou do colectivo.
Saliente-se que Portugal nos últimos 10 anos registou significativas melhorias nas diferentes áreas. (Fonte INE: Objectivos de Desenvolvimento Sustentável – Indicadores para Portugal).
3. A longevidade dos portugueses, a título de exemplo, em Portugal, em 1980 a esperança média de vida era de 71,1 anos, em 2019 era de 81,1 anos (Fonte: INE/Pordata), ou seja, em menos de 40 anos a esperança média de vida aumentou 10 anos. Adicionalmente, o número de indivíduos em idade activa por idoso (indivíduos entre os 15 e os 64 anos) passou de 6,4 em 1970, para 3,5 no Censos 2011, que provavelmente recuará para os 2,7 no Censos de 2021. Este é o resultado cumulativo com dois eixos, o da longevidade em curva ascendente e o da natalidade com a curva descendente. No cruzamento destas linhas reside um desafio estrutural para o País, para a sociedade, economia e para as nossas marcas.
Em síntese, temos pessoas e consumidores com idade média em crescendo, cada vez mais conectados e com maiores competências digitais, com mais acesso a informação, maior nível de formação, maior poder de compra, tempo e disponibilidade para viverem mais experiências, para consumir mais produtos e serviços, os que conhecemos e aqueles que ainda não foram inventados. Bem-vindos a um admirável Mundo Novo.
Artigo publicado na revista Marketeer n.º 301 de Agosto de 2021