Covid-19 acelera digitalização do sector segurador

Com a pandemia, o sector segurador viu-se forçado a dar outro tipo de respostas aos clientes, nomeadamente tecnológicas. Assim, as seguradoras têm de explorar novas formas de implementar funcionalidades para responder a desafios digitais, especialmente com entrada de BigTechs e outros players não-tradicionais no mercado segurador.

Este insight surge no World InsurTech Report 2020, publicado pela Capgemini e pela Efma, que refere que a Covid-19 fortaleceu o nível de envolvimento e aumentou as expectativas dos clientes. Neste contexto, as seguradoras, ao centrarem os seus esforços na digitalização, estão também a criar novas oportunidades para as InsurTechs.

Para se manterem competitivas no mercado, as seguradoras precisam de melhorar a sua actuação nas áreas que têm mais impacto, nomeadamente no que diz respeito à implementação de estratégias orientadas ao cliente, aos processos inteligentes, aos ecossistemas abertos e à gestão ágil dos produtos/serviços.

«As seguradoras têm de perceber que a sua concorrência já não se limita só às outras companhias e que precisam igualmente de ter em conta as BigTechs e os outros players não tradicionais, que frequentemente oferecem uma melhor experiência aos clientes», afirma Anirban Bose, CEO da Financial Services Strategic Business Unit e Member of the Executive Board do Grupo Capgemini. «Ao desenvolverem as suas relações com as InsurTechs, as seguradoras poderão implementar a sua digitalização de forma mais rápida e eficiente, e assim fortalecer as relações com os seus clientes e resistir melhor aos novos entrantes», reforça.

John Berry, CEO da Efma, afirma que as seguradoras precisam de colocar os clientes no centro de todos os seus negócios. «A maturidade das InsurTechs e a sua vontade de colaborar com as seguradoras no fornecimento de novas soluções tecnológicas continua a aumentar. Deste modo as companhias de seguros poderão responder de forma mais adequada e ágil às necessidades crescentes dos seus clientes», afirma.

O estudo afirma ainda que, para melhorarem as suas capacidades, as seguradoras devem criar ou comprar tecnologia ou desenvolvê-la em colaboração com outras empresas especialistas. O estudo refere que a colaboração através de parcerias é a forma mais eficaz das seguradoras acederem às tecnologias de que precisam e de se manterem competitivas. “As parcerias com especialistas, através do acesso partilhado, permitem que os players do setor segurador se foquem no seu core business e ofereçam mais valor aos seus clientes, enquanto mantém a sua rentabilidade”, pode ler-se no estudo.

A vontade de colaborar entre os players do sector segurador tem vindo a aumentar. Assim, e de acordo com o World InsurTech Report 2020, 67% das seguradoras está disponível para colaborar com as InsurTechs; 85% das InsurTechs quer fazer parcerias com fornecedores de tecnologias, e 83% quer colaborar com as seguradoras. Por último, mais de 60% das seguradoras e das InsurTechs revelou estar interessada em colaborar com as BigTech.

Para finalizar, o estudo sublinha que, para acelerarem e aumentarem a eficiência e para incentivarem as parcerias com os especialistas, as companhias de seguros tradicionais terão de adoptar uma nova mentalidade e de priorizar o acesso partilhado aos dados e aos recursos, em vez de privilegiarem a propriedade. “Deste modo, poderão também focar-se no seu core business e disponibilizar ofertas de maior valor através da hiperpersonalização e da co-inovação contínua.”

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