Nestlé reduz açúcares e plástico
Nos últimos 10 anos, a Nestlé reduziu em 30% a quantidade de açúcar presente nos seus produtos, sendo este um trabalho que continuará a ter seguimento em 2019. Já este ano, a marca introduziu uma nova receita de Cerelac, a qual se apresenta com menos 40% de açúcar que a receita anterior.
«É um desafio, e também um compromisso, melhorar a qualidade dos nossos produtos, reduzindo os ingredientes mais prejudiciais para a nutrição. A diminuição do açúcar na Cerelac, um dos primeiros alimentos que o bebé consome, é fundamental para ‘educar’ o paladar dos consumidores, para que se familiarizem com produtos com menos açúcar», refere Paolo Fagnoni, director-geral da Nestlé Portugal.
Nos cereais, destaque para o lançamento, no último ano, de Nesquik Alphabet, produto que apresenta a mesma diminuição de açúcar. Esta categoria foi uma das que não registou um crescimento no negócio da Nestlé Portugal, diminuindo em valor e volume, merecendo especial atenção este ano. «É uma categoria que precisa de se redefinir no que respeita à nutrição e esse será um dos focos em 2019. Somos líderes nos cereais e queremos modificar a percepção do consumidor acerca dos mesmos. É por isso que apostámos em produtos bio e na redução dos açúcares presentes», sublinha o responsável.
Em linha com os compromissos anunciados pelo grupo em Abril do ano passado, que dita que todas as embalagens de produtos Nestlé sejam 100% recicláveis ou reutilizáveis até 2025, a marca apresentou novidades. O chocolate em pó Nesquik surge agora na versão All Natural, numa embalagem 100% reciclável. Quanto à sua receita, conta com 100% ingredientes naturais, como cacau da África Ocidental e açúcar de cana tropical. «O Nesquik All Natural é o primeiro sinal tangível da redução do plástico na Nestlé. Esta estratégia continuará noutros produtos ao longo dos próximos anos», vinca o director-geral.
A finalizar, Paolo Fagnoni não desvendou novos produtos, mas prometeu novidades no que respeita às categorias de café e nutrição infantil.
Mais um ano de crescimento
No ano de 2018, a Nestlé, através de vendas totais de 500 milhões de euros em Portugal, alcançou um crescimento orgânico de 3,2%, tendo ganho quota de mercado em oito das 12 categorias em que marca presença no País.
Os resultados foram impulsionados por um crescimento em volume e variações de preço nas principais categorias. O café continua a ser o sector mais forte (representa 55% do negócio da marca), seguindo-se Pet Food, Nutrição Infantil e Confeitaria.
No caso do café, registou-se um aumento de 3,5%. As cápsulas aumentaram 5%, com destaque para o crescimento de 8% da Nespresso, e de 3% no out-of-home. O Pet Food, através da marca Purina, aumentou 6% e a Nutrição Infantil cresceu 7%, igual número registado na Confeitaria.
Dos 500 milhões de euros registados, 8% advêm da inovação, um número que representa um crescimento de 38,8% face a 2017.
Ao nível de investimento, as fábricas do Porto e de Avanca receberam um investimento de 19 milhões de euros. Foram investidos três milhões de euros nas instalações do Porto, de forma a modificar a linha afim de produzir o café torrado da Starbucks, estando previstas novidades quanto a este tema ainda no decorrer do ano. Estes novos produtos serão lançados na área retalhista, produzidos exclusivamente, numa primeira fase, a partir das instalações na Invicta, com destino a vários países europeus.
A empresa investiu também cerca de 70 milhões de euros ao nível do Marketing e Operações, a fim de apoiar a inovação e alavancar o crescimento. Ao nível de Recursos Humanos, foram contratadas 144 pessoas, perfazendo um total de 2066 colaboradores.
Para este ano, a Nestlé Portugal prevê um novo crescimento no mercado, que oscilará entre 3% e 4%. «Portugal é um mercado com perspectivas de crescimento, que se apresenta dinâmico. A confiança do consumidor é um dos indicadores mais relevantes para o FMCG e esses números estão bastante elevados, o que nos transmite a convicção de que 2019 será um ano positivo», refere Paolo Fagnoni.
Fazendo um balanço dos últimos três anos, Portugal mantém um ritmo de crescimento superior ao registado pelo grupo, registando um aumento de 5,5% face aos 3% obtidos a nível global.
Texto de Rafael Paiva Reis