75% das empresas estão a reconfigurar cadeias de abastecimento para mitigar riscos geopolíticos

Um estudo recente, apresentado no Fórum Económico Mundial e realizado pela Economist Impact em parceria com a DP World, revela que três em cada quatro empresas no mundo estão a reconfigurar as suas cadeias de abastecimento.

De acordo com a pesquisa, estas empresas estão a diversificar os seus fornecedores como medida para mitigar os riscos associados às suas operações logísticas. A principal razão apontada para esta reestruturação estratégica é a crescente incerteza geopolítica, especialmente devido às políticas protecionistas da administração dos Estados Unidos.

O relatório, citado pela European Supermarkt Magazine, destaca que os países não alinhados politicamente estão a assumir um papel cada vez mais relevante na redução dos riscos climáticos e no preenchimento das lacunas criadas por conflitos globais.

Cerca de 71% dos executivos entrevistados acreditam que esses países desempenham um papel importante na mitigação dos riscos comerciais, enquanto 69% consideram-nos fundamentais para lidar com as consequências de tensões geopolíticas globais.

Na vanguarda deste movimento estão países como Vietname, México, Índia, Emirados Árabes Unidos e Brasil, que estão a consolidar-se como centros comerciais emergentes no cenário internacional.

Sultan Ahmed bin Sulayem, presidente e CEO do DP World Group, afirmou: “O comércio global nunca foi tão complexo, exigindo flexibilidade, resiliência e inovação. O estudo da Economist Impact fornece informações essenciais sobre o futuro do comércio nesta nova realidade. O nosso objetivo é promover o diálogo, a inovação e a resiliência dentro do ecossistema global de cadeias de abastecimento, permitindo que as empresas se adaptem e prosperem num mundo cada vez mais dinâmico.”

O estudo também revela que cerca de 40% das empresas estão a aumentar as suas aquisições provenientes dos Estados Unidos, e 32% estão a recorrer a cadeias de abastecimento duplas para minimizar os riscos geopolíticos. Além disso, aproximadamente 34% das empresas estão a adotar a estratégia de “friendshoring”, que consiste em transferir a produção para países com afinidades políticas semelhantes, como forma de gerir as tensões entre as grandes potências globais.

O estudo envolveu mais de 3.500 executivos da cadeia de abastecimento de todo o mundo, fornecendo uma visão abrangente sobre as novas tendências que estão a moldar o comércio internacional.