59% dos consumidores portugueses não consegue acompanhar as compras buy now pay later que faz

A Black Friday comemora-se ao longo do mês de Novembro e, apesar de ser uma altura do ano recheada de oportunidades de compra, é necessário também ter alguns cuidados para controlar as despesas e evitar dívidas.

De acordo com o mais recente estudo da Intrum, milhões de consumidores em toda a Europa estão a perder a noção dos gastos mensais e das despesas domésticas, uma vez que quase metade (45%) dos consumidores admite ter sido apanhado de surpresa com a acumulação das suas subscrições sem se aperceberem. Em Portugal esta média é de 36%.

Os serviços baseados em assinaturas, que permitem aos consumidores repartir o custo dos bens e serviços, embora convenientes, estão a lançar “mais lenha para o fogo” que provoca o “Subscription creep”, dado que os pagamentos mensais acumulados das compras online tornam mais difícil fazer face às pressões do custo de vida.

O estudo da Intrum ECPR 2023 demostra que os métodos modernos de pagamento de bens e serviços aumentam o desafio de gerir dinheiro numa altura de inflação elevada e de subida das taxas de juro. A Grécia (67%) é o país mais afectado pela “tendência para subscrições”, seguida da Irlanda (62%), da Finlândia (55%) e do Reino Unido (53%). Portugal encontra-se em 16.º lugar no Top 20 com uma percentagem de 36%.

O estudo identificou que são predominantemente os consumidores mais jovens – Geração Z e Millennials – que são mais surpreendidos pelos compromissos que assumiram com serviços de subscrição. A Geração Z também tem maior probabilidade de permanecer no topo da modalidade BNPL (Compra Agora, Pague Depois).

Seis em cada dez consumidores portugueses (59%) admitem ter dificuldade em acompanhar as compras buy-now/pay-later que fazem durante um mês normal, o que coloca Portugal no topo do ranking, seguido da Grécia (55%) e França (52%), valores muito acima da média europeia (35%).

A Intrum alerta ainda que, após o inquérito realizado, 25% dos consumidores portugueses afirma ter menos visibilidade dos empréstimos de curto prazo (por exemplo, cartões de crédito e empréstimos instantâneos) do que há 12 meses. Valor em linha com a média europeia (23%). Os países que assumem o topo da lista são a Suíça (38%), a República Checa (31%) e a Irlanda (29%).

«Embora os planos de pagamento, como o compre-agora-pague-depois, permitam uma experiência de compra simplificada e possam aliviar a pressão a curto prazo, temos de estar conscientes de que um número crescente de consumidores está a utilizar estes métodos para pagar os bens essenciais do dia-a-dia, para gerir o custo de vida quotidiano. É vital que todos compreendam os termos, as condições e os riscos potenciais associados aos produtos de crédito, especialmente se estiverem a recorrer a eles como resposta aos desafios económicos», diz, em comunicado, Luís Salvaterra, director-geral da Intrum Portugal.

Artigos relacionados